
Moradores do Margem Esquerda confirmam protesto para este sábado e DNIT se manifesta

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Protesto desta sábado (7) vai novamente pedir passarela, após a morte de idosa (no detalhe) (Fotos: ALEXANDRE MELO/JORNAL METAS)
PRF também enviou nota à redação informando que não irá permitir a interrupção do trânsito na rodovia
Uma reunião na noite de quinta-feira, dia 5, decidiu que os moradores da Rua Albertina Maba e imediações vão realizar uma manifestação pacífica na margem do Rodovia BR-470, Km 35, Bairro Margem Esquerda, em Gaspar, sentido Blumenau. O motivo do protesto foi a morte por atropelamento da idosa Belinha Maria Zucki, de 75 anos, ocorrida no começo da noite de terça-feira, dia 3. A comunidade vai novamente exigir mais segurança no local e a construção de uma passarela, que não está prevista na obra de duplicação da BR-470.
O movimento deste sábado está sendo liderado pela Associação de Moradores da Rua Pedro Simon, que fica paralela à BR-470. De acordo com o presidente, Douglas Carlos Threiss, o Neni, a manifestação está prevista para iniciar às 9 horas e terá duração de cerca de 30 minutos. A ideia, segundo ele, é não interromper totalmente o trânsito na rodovia. As pessoas deverão se posicionar na margem da rodovia portando cartazes e faixas pedindo ao Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT) uma solução para o problema. A família de dona Belinha confirmou que estará presente à manifestação.
Um grupo de WhatsAPP, que já tem quase 500 pessoas, foi criado para que os moradores pudessem organizar o protesto e receberam orientação de como devem agir durante a manifestação. Mas, antes mesmo do protesto ocorrer, já existe muita indignação e revolta nas postagens. “Lembrem-se que a próxima pessoa a falecer nesta BR pode ser um ente seu, um parente seu. Então, temos que nos colocar no lugar do próximo e fazer acontecer. Chega de enrolação, as pessoas estão cansadas. Ontem foi uma idosa, amanhã pode ser uma criança que vai para escola. Mais quantas pessoas precisarão morrer para ser feito algo, para ser feita uma passarela?”, escreveu uma participante do grupo
Neni voltou a pedir calma e serenidade à população, para que a manifestação possa ocorrer dentro da mais absoluta ordem. “Queremos uma manifestação pacífica, embora a gente saiba que as pessoas estão revoltadas com a situação, mas não adianta partir para a violência. Da parte da associação, o protesto será pacífico, queremos apenas chamar a atenção das autoridades para o problema que já tirou muitas vidas aqui do bairro”, afirmou.
Luta dos moradores

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Em novembro de 2021, os moradores ocuparam a margem da rodovia para protestar pelas mortes e pedir mais segurança no local, além de uma passarela (Fotos: ARQUIVO JORNAL METAS)
O presidente se refere a uma situação antiga e que se agravou com a duplicação da rodovia No local, existe uma grande concentração de moradores e empresas, tanto do lado esquerdo quanto do direito da rodovia (sentido Gaspar-Ilhota). A escola, por exemplo, fica de um lado e muitas crianças precisam atravessar a rodovia.
A luta dos moradores do Margem Esquerda é por uma passarela ligando a Rua Albertina Maba, que fica do lado direito da rodovia sentido Gaspar-Ilhota, ao lado esquerdo. No projeto original de duplicação da rodovia, aprovado há quase 15 anos, a passarela não foi contemplada. na época, os moradores chegaram a se reunir com o DNIT e a empreiteira para exigir a obra, mas não foram atendidos.
No começo de 2022, depois de três mortes por atropelamento próximo ao local onde ocorreu o acidente desta semana, e um grande protesto, o DNIT instalou sinalização e redutores eletrônicos de velocidade, com a máxima de 60km/h. Os moradores, porém, entendem que a medida não é suficiente para garantir a segurança, já que o fluxo de pedestres e ciclistas naquela região é bastante intenso.
Em março deste ano, a Associação de Moradores da Rua Pedro Simon já havia convocado a comunidade para um protesto por causa da abertura de uma vala que estava dificultando justamente a passagem dos moradores no canteiro central da rodovia.

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No começo de 2022, depois de três mortes por atropelamento, o DNIT reforçou a sinalização e instalou controladores eletrônicos de velocidade (Fotos: ALEXANDRE MELO/JORNAL METAS)
DNIT se posiciona
A reportagem do Jornal Metas procurou a Superintendência do DNIT em Santa Catarina. A autarquia retornou o nosso contato por meio de nota, onde voltou a afirmar que o contrato atual referente à duplicação da BR-470 não prevê a construção de uma passarela no km 33, em Gaspar (e não pode ser alterado por questões legais). Contudo, está estudando a inclusão dessa estrutura em um novo contrato futuro, como medida de segurança e melhoria da mobilidade para a população local.
A reportagem também procurou a Polícia Rodoviária Federal, responsável pela segurança na rodovia. A assessoria de imprensa informou que as equipes da PRF já estão cientes da possibilidade da manifestação ocorrer e se deslocarão ao local em caso de interrupção da livre circulação dos veículos na rodovia federal.
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No começo de 2022, depois de três mortes por atropelamento, o DNIT reforçou a sinalização e instalou controladores eletrônicos de velocidade (ALEXANDRE MELO/JORNAL METAS)
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Em novembro de 2021, os moradores ocuparam a margem da rodovia para protestar pelas mortes e pedir mais segurança no local, além de uma passarela (ARQUIVO JORNAL METAS)
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