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04/06/2025 16:04
TRAGÉDIA

Depois de mais uma morte por atropelamento, moradores vão voltar a reivindicar passarela na BR-470

Por Alexandre Melo

 Publicado 04/06/2025 13:30  – Atualizado 04/06/2025 16:04

Dona Belinha estava indo à missa quando foi atropelada ao tentar cruzar a BR-470
  • O local onde ocorreu o atropelamento fica a cerca de 200 metros de onde foram instalados redutores eletrônicos de velocidade (Fotos: ALEXANDRE MELO E ARQUIVO PESSOAL)

Atropelamento causou a morte de dona Belinha Zucki na noite desta terça-feira (3)

Belinha Maria Zucki, de 75 anos, será sepultada às 16h desta quarta-feira, dia 4, no Cemitério Municipal do Bairro Santa Terezinha. A idosa foi mais uma vítima da BR-470. Na noite desta terça-feira, dia 3. ela tentava cruzar a rodovia, por volta das 18h30min, quando foi atropelada por um caminhão. Do outro lado da rodovia, uma das filhas a aguardava para juntas irem à Igreja Matriz São Pedro Apóstolo assistir à missa, rotina que a idosa repetia quase todos os dias. O Corpo de Bombeiros Militar foi chamado, porém, a guarnição ao chegar ao local constatou que dona Belinha já estava em óbito.

Moradora há 36 anos do número 1.515 (Km 35) da BR-470, residência que dividia com um filho, genro e neta, dona Belinha também costumava fazer longas caminhadas na margem da rodovia, conforme contou à reportagem um familiar. Por ser moradora antiga da rodovia, ela era muito conhecida e querida no Bairro Margem Esquerda. Ali, ela criou seus cinco filhos – três homens e duas mulheres – ao lado do marido que faleceu há 20 anos. Em 1995, segundo conta o familiar, dona Belinha e a família enfrentaram a tragédia da perda de um dos filhos em acidente de moto em outro ponto da cidade.

A morte de dona Belinha causou revolta entre os moradores do Bairro Margem Esquerda. Um grupo de WhatsApp, que até a tard desta quarta-feira já reunia mais de 400 membros, foi criado com a finalidade de organizar um protesto com data e horário ainda a definir. De acordo com um dos organizadores do movimento, um ofício ainda será encaminhado à Polícia Rodoviária Federal comunicando o protesto. Ele explicou que  manifestação será pacífica, sem comprometer o trânsito na rodovia. O objetivo dos moradores é pedir, mais uma vez, ao DNIT a construção de uma passarela ligando a Rua Angelina Maba ao lado direito da rodovia – sentido Gaspar-Ilhota. No projeto original de duplicação, aprovado há quase 15 anos, a passarela não foi contemplada.

Em 2022, o DNIT instalou redutores eletrônicos de velocidade próximo ao local do acidente que vitimou dona Belinha
  • Em 2022, o DNIT instalou redutores eletrônicos de velocidade próximo ao local do acidente que vitimou dona Belinha (Fotos: ALEXANDRE MELO/JORNAL METAS)

Em novembro de 2021, depois de um atropelamento que matou três pessoas, a cerca de 200 metros do acidente desta terça-feira, a comunidade também se mobilizou num protesto pró-passarela na margem da rodovia. Na época, o DNIT alegou que não poderia mexer no projeto original da rodovia por questões contratuais com a empresa responsável pela obra de duplicação. A passarela somente poderia ser incluída se fosse aberto um novo edital licitação.

A solução foi instalar duas lombadas eletrônicas limitando a velocidade a 60km/h no local, porém, os moradores entendem que a medida não é suficiente para garantir a segurança, já que o fluxo de pedestres e ciclistas naquela região é bastante intenso.

Em março deste ano, a Associação de Moradores da Rua Pedro Simon já havia convocado a comunidade para um protesto por causa da abertura de uma vala que estava dificultando justamente a passagem dos moradores no canteiro central da rodovia. O protesto, se de fato ocorrer, vai novamente reivindicar a instalação da passarela. De acordo com o familiar de dona Belinha, filhos, genros, noras, netos e netas vão participar, pois está mais do que na hora de mudar essa situação antes que mais sejam perdidas. Dona Belinha partiu deixando quatro filhos, duas noras, dois genros e sete netos e um grande vazio. "Uma pessoa maravilhosa que vai deixar bom exemplos", finalizou o familiar, que preferiu não ser identificado.

A direção do Jornal Metas e equipe se solidarizam com a família de Dona Belinha neste momento de muita tristeza diante da dor.

  • Em 2022, o DNIT instalou redutores eletrônicos de velocidade próximo ao local do acidente que vitimou dona Belinha (ALEXANDRE MELO/JORNAL METAS)

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