
Moradores do Pocinho voltam a discutir mudança do fornecimento de água para o Samae

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Moradores estão insatisfeitos com o serviço prestado pela Ilhota Saneamento (Fotos: DIVULGAÇÃO)
Em reunião na noite de quarta-feira, dia 26, o Samae se comprometeu em realizar estudos de viabilidade técnica e financeira
Para 150 famílias da Rua Conceição e adjacências, localidade do Pocinho, no bairro Poço Grande, próximo ao limite com Ilhota, a falta de água é quase diária nesta época do ano. Por isso, eles voltaram a discutir, na noite de quarta-feira (26), a transferência do abastecimento da Ilhota Saneamento, atual concessionária do serviço, para o Samae de Gaspar. A reunião teve a presença do presidente do Samae, Cícero Amaro; do Diretor de Associação de Moradores, José Luis Gaspar Clerici, e da vereadora Alyne Serafim (PL), que trouxe uma indicação, de sua autoria, solicitando ao Samae de Gaspar estudos de viabilidade técnica, de impacto administrativo e financeiro, além de jurídico para a mudança.
“Diferente da nossa última reunião, agora temos documentos nos prometendo que farão o possível para o Samae de Gaspar assumir a rede de água da nossa comunidade o mais breve possível”, comemorou Thiago Junio, morador da Rua Conceição e que está à frente da reivindicação da comunidade.
Segundo ele, as tratativas podem se estender um pouco devido à burocracia, mas o documento trazido pela vereadora Alyne Serafim deixou os moradores mais confiantes. “Agora temos o governo municipal a nosso favor”, pontuou o empresário.

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Thiago Junio: "não há razão para continuarmos sendo abastecidos pelo município de Ilhota" (Fotos: DIVULGAÇÃO)
Além das frequentes falta de água, há outra forte razão para a mudança de Ilhota para Gaspar. A Rua Conceição e um trecho da SC-412 – Rodovia Jorge Lacerda, - estão geograficamente em Gaspar.
Segundo Thiago, os moradores pagam IPTU, taxa de iluminação e taxa de lixo para Gaspar. Por isso, não há motivo para a Ilhota Saneamento continuar abastecimento a rua com água tratada. “Nós moramos em Gaspar”, reforça o empresário.
Ele diz que a comunidade está cansada das frequentes interrupções do abastecimento. No começo do mês, com um calor intenso, a rua chegou a ficar três dias sem água.
O que diz a Ilhota Saneamento
O gerente da Ilhota Saneamento, Thiago Chagas, disse conhecer a situação e admitiu que investimentos precisam ser feitos para que a água tratada chegue de forma adequada às torneiras dos usuários. Porém, ele informou que existe um planejamento de negócios que determina quando e onde serão feitos os investimentos durante o período de vigência da concessão, que é de 30 anos. “Sabemos que essa rua não é abastecida da forma correta porque faltam investimentos”, reforçou.
Thiago também esclareceu que não existe “manobra” para tirar água de um lugar para abastecer outro, informação que tem circulado nas redes sociais. “Sabemos que o sistema de abastecimento de água é obsoleto e precisa de investimentos que vão ser feitos no momento certo, a menos que esses investimentos possam ser antecipados em comum acordo com a Prefeitura que é quem contrata os nossos serviços”, assinalou.
Questionado se juridicamente é correto um município abastecer outro, o gerente preferiu não opinar, mas lembrou que houve respaldo para que água tratada de Ilhota chegasse até a Rua Conceição. “Não posso dizer se quem fez está certo ou errado, mas se temos esses clientes é preciso abastecê-los”, sintetizou. Thiago admitiu ainda que os investimentos a serem feitos na Rua Conceição podem não compensar o retorno financeiro e a empresa opte em aceitar a proposta de transferir o abastecimento desses usuários para o Samae de Gaspar, porém, isso somente será definido com base num estudo técnico de viabilidade e com a concordância da autarquia de Gaspar.
O que diz o Samae
O Samae de Gaspar afirmou, em nota, que está ciente da necessidade dos moradores da Rua Conceição, região limítrofe com o município de Ilhota. A proposta a futura é de ampliação da rede de abastecimento, para poder atender àquela comunidade. No entanto, essa ampliação depende de estudos, planejamento e recursos, o que demandará tempo.
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Thiago Junio: "não há razão para continuarmos sendo abastecidos pelo município de Ilhota" (DIVULGAÇÃO)
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