Nora de uma das vítimas foi presa suspeita de colocar arsênio na massa do bolo

Uma reviravolta no caso do bolo envenenado, que matou três pessoas em Torres e levou outras três ao hospital, no Litoral do Rio Grande Sul na véspera do Natal. Neste domingo, dia 5, a Polícia Civil gaúcha confirmou a prisão temporária de Deise Moura dos Anjos, nora de Zeli dos Anjos, de 60 anos, a mulher que preparou o bolo. A nora é suspeita de ter colocado Arsênio na massa do bolo.
Segundo a polícia, a mulher teve prisão temporária decretada por suspeita de triplo homicídio duplamente qualificado por motivo fútil e com emprego de veneno e três tentativas de homicídio duplamente qualificado. Ela foi conduzida para a Delegacia de Polícia de Torres e está detida no Presídio Estadual Feminino de Torres. Segundo o TJ, Deise deve passar por audiência de custódia na tarde desta segunda-feira (6).
Entenda do caso
Três pessoas morreram após consumir o bolo na véspera de Natal: as irmãs Neuza Denize Silva dos Anjos e Maida Berenice Flores da Silva, e a filha de Neuza, Tatiana Denize Silva dos Anjos.
A polícia então passou a investigar o caso, embora as primeiras suspeitas é de que poderia ter ocorrido um acidente. Porém, exames do sangue das vítimas que sobreviveram apontaram a presença de grande quantidade de arsênio, o que levou as investigações para outro caminho; o do homicídios. A origem do contaminante ainda é investigada pela polícia.
As pessoas que consumiram o bolo notaram um gosto estranho ao ingerir o doce, segundo o delegado do caso, Marcos Vinícius Veloso. O alimento, com sabor apimentado e desagradável, foi percebido logo nos primeiros pedaços. Zeli chegou a interromper o consumo ao perceber as reclamações.
"Tão logo o menino de 10 anos comeu e também reclamou do sabor, ela meio que colocou a mão assim em cima do bolo, [e falou] 'e agora ninguém mais come'. Quase que no mesmo instantes, as pessoas começaram a passar mal", contou o delegado.
De acordo com o boletim médico, a mulher que preparou o bolo, Zeli dos Anjos, de 60 anos, segue hospitalizada em estado estável. A criança de 10 anos que também comeu o bolo recebeu alta na sexta-feira, dia 3.
O Arsênio é um metal natural que está presente no solo e, inclusive, traços dele são encontrados em alimentos e cosméticos. Contudo, dependendo da concentração, pode ser letal, que foi o caso do envenenamento em Torres.