Fundada por imigrantes, a igreja tornou-se um símbolo de união e apoio para os haitianos em Gaspar

No último sábado, dia 26, a Igreja Evangélica da Paz de Gaspar, localizada na Rua Industrial José Beduschi, no Centro de Gaspar, frequentada por famílias de haitianos, celebrou uma década de existência. Fundada pelo pastor Josué Mondelus e seu amigo Frandy Guerrier, o templo foi um passo essencial para a união da comunidade haitiana em Gaspar, que, ao buscar um espaço de oração, também desejava um ambiente onde pudessem expressar sua cultura, seu idioma e suas tradições de fé.

“Sentimos que precisávamos de um lugar nosso, onde fôssemos compreendidos e pudéssemos falar nossa língua,” conta Josué, que, além de pastor, trabalha na Círculo e vive com a família no bairro Gasparinho. Quando chegou ao Brasil para visitar o irmão, ele não imaginava que acabaria construindo raízes. Com o tempo, trouxe a então namorada, Estherline Saint Fleur Mondelus, e juntos constituíram sua família em Gaspar. Hoje, eles têm dois filhos, João Emanuel, de 6 anos, e John Smart, de 2.

• Imagem do culto de celebração dos dez anos da igreja haitiana em Gaspar (Fotos: Arquivo Pessoal)

A igreja, que começou com 120 membros, atualmente conta com 40 frequentadores. Os cultos acontecem três vezes por semana: quartas-feiras e sexta-feiras à noite e no domingo pela manhã e á noite. Josué explica que o fluxo migratório constante é responsável pela diminuição no número de membros: muitos haitianos deixam a cidade em busca de novas oportunidades ou se mudam devido às dificuldades de adaptação e ao alto custo de vida. Ainda assim, a igreja haitiana de Gaspar segue firme, desempenhando um papel fundamental no apoio aos recém-chegados. “Nossa maior conquista é poder ajudar o próximo. Muitos haitianos que chegam aqui encontram na igreja um ponto de apoio e acolhimento,” afirma o pastor.

O futuro é claro para Josué e sua congregação. Entre os principais objetivos, ele destaca o desejo de fortalecer a presença haitiana em Gaspar e adquirir um terreno para construir uma nova sede. Josué se diz grato pela receptividade dos gasparenses e pede para que a cidade continue acolhendo os haitianos com a mesma empatia que experimentou desde que chegou.