A vítima foi identificada como Wilson Oneda Junior, de 38 anos

A Polícia Civil de Gaspar vai tentar esclarecer as circunstâncias em que um homem, de 38 anos, foi brutalmente espancado no começo da tarde do último sábado (17), na Avenida Frei Godofredo, 1.470, ao lado do mercado Otto Atacarejo, no bairro Santa Terezinha. A vítima, Vilson Oneda Junior, é morador do bairro. Ele encontra-se internado no Hospital de Gaspar e não corre risco de morte, mas os ferimentos são graves. Wilson terá que passar por cirurgia no rosto, para reconstituição óssea. Ele também foi atingido por chutes no olho, na cabeça e costas. O espancamento foi diante de várias testemunhas, que gravaram vídeos que já estão de posse da polícia.

Segundo o delegado, Diogo Medeiros, que conduz a investigação, foi instaurado inquérito e a polícia vai ouvir todos os envolvidos para entender o que aconteceu. Ele informou ainda que os três agressores não foram presos. Eles pertencem a um grupo de ciganos, que estava acampado, há alguns dias, em um terreno baldio ao lado do mercado. O delegado, porém, não confirmou se de fato trata-se de um grupo de ciganos. Isso somente será confirmado no andamento dos depoimentos e das investigações.
A Polícia Militar foi a primeira a atender a ocorrência, porém, ela não consta no boletim diário divulgado à imprensa. Procurado pela reportagem, o comandante interino da PM de Gaspar, Luís Miguel, explicou que nem todas as ocorrências atendidas pela corporação são divulgadas no relatório à imprensa, principalmente aquelas relacionadas ao art. 129, que trata de agressão física e a saúde.

“A PM identificou o autor dos fatos e, assim que informados que a situação da vítima se agravara no hospital, cientificou à Central de Flagrantes em Blumenau sobre o caso, oportunidade em que foi informado que o fato seria esclarecido por meio de Inquérito Policial, não havendo necessidade de condução do autor”, esclareceu o comandante à reportagem. Ele disse ainda que o acampamento dos ciganos foi desmobilizado porque houve pressão dos moradores das redondezas. De acordo com o apurado pela reportagem, o grupo teria se deslocado para a cidade de Brusque.

Os fatos
A reportagem conversou com uma pessoa ligada à vítima e que esteve no hospital nesta segunda-feira (19). Segundo ela, Wilson está bastante machucado e abalado com tudo que aconteceu. "Ele foi pego de surpresa, de maneira covarde", desabafou. Wilson contou que foi ao mercado fazer compras de bicicleta, quando retornava teria visto os ciganos discutindo entre si. Ele parou e ficou observando a cena, porém, estava com o celular em uma das mãos. Isto teria incomodado os ciganos, que pensaram estar sendo filmados. Um deles atirou uma pedra na direção de Wilson que acertou as suas costas. Em seguida, outro cigano o agrediu por trás e o derrubou. Neste momento, os três passaram a dar chutes no rosto e nas costas da vítima sem nenhuma possibilidade de defesa.

O espancamento só parou quando a cena chamou a atenção de várias pessoas que passavam pela rodovia. Um dos vídeos mostra uma caminhonete branca parando na rodovia, porém, o motorista não desce. Em seguida, um motociclista para para socorrer Wilson. Neste instante, outro ciclista aparece para também ajudar. De acordo com relatos e imagens, os agressores passaram a ameaçar as pessoas que estavam em volta da cena e chegaram a partir para cima de algumas delas que estavam tentando filmar. Um homem só não é agredido porque saca de uma arma e se afasta da cena. O agressor ainda vai atrás, mas desiste quando percebe a arma em uma das mãos do homem.