Menos comemoração e mais reflexão

Pesquisa revela que 70% da população acredita que a taxa de desemprego deve subir

Menos comemoração e mais reflexão
Wilson Junior/Jornal Metas

A esmagadora maioria dos brasileiros está preocupada com o desemprego e o futuro da economia do País. Pesquisa do Instituto DataFolha, publicada no último dia 11, revela que 70% da população acredita que a taxa de desemprego deve subir nos próximos meses, embora o governo venha divulgando números que contradizem essa tendência. Apenas 10% dos entrevistados acham que a taxa sofrerá queda e 17% opinaram que as coisas vão ficar exatamente como estão.

Também para 58% dos entrevistados, a situação econômica do Brasil vai piorar daqui pra frente. Em junho de 2013, período que antecedia as eleições, essa taxa era de 29%. Números são sempre números e revelam muitas vezes a realidade escondida intencionalmente. Ajudam, sim, a prospectar um futuro promissor ou não. 
Próximo de mais um Dia do Trabalhador, as comemorações ficam para outra oportunidade e as reflexões devem ocupar a data. Nos últimos meses, vimos a eclosão de greves em diversos cantos do País: caminhoneiros, motoristas e cobradores de ônibus, professores, servidores da Justiça, lixeiros, vigilantes, agentes penitenciários e etc. A instatisfação com as medidas impopulares do Governo Dilma azedaram de vez a relação com a sociedade brasileira. Foram cinco meses de extrema tensão social. 
 
Se não bastasse tanta angústia com o aumento da carga tributária e a consequente ameaça do fechamento de milhares de postos de trabalho, o governo tenta agora impor aos trabalhadores uma das maiores perdas desde a Consolidação das Leis do Trabalho, em 1943. O projeto da Terceirização já foi aprovado na Câmara dos Deputados e agora tramita no Senado. A matéria desonera e desobriga patrões de qualquer responsabilidade em contratar o empregado dentro das normas que regem a CLT, pois a nova lei simplesmente permite que todas as atividades - da senhora do cafezinho ao gerente de seção - possam ser terceirizadas. 
 
Isto significa que as obrigações trabalhistas passam a ser do terceiro, que pode ter vínculo à outra empresa ou ainda ser o próprio trabalhador a pessoa jurídica. Além de impor pesadas perdas salariais, a Lei da Terceirização pode representar o enfraquecimento do poder de negociação dos trabalhadores e perdas de benefícios conquistados com muita luta e suor ao longo dos anos. Em 2013, de acordo com o Dieese, o salário médio do trabalhador terceirizado era 24,7% menor do que o do contratado direto. Os sindicatos também perdem força, pois a negociação salarial passa a ser direta, podendo alguns trabalhadores terceirizados aceitarem fazer parte de outro sindicato e receber abaixo do piso da categoria. 
 
Desonerar a folha de pagamento em um ambiente complicado de desaquecimento da economia e perspectiva de desemprego é tudo o que querem os empresários, que viram seus lucros serem ainda mais espremidos no leonino pacote econômico lançado pelo governo no início do ano.  
 
Quem defende a Lei da Terceirização diz que ela vai incentivar a especialização, podendo elevar a produtividade de determinados setores. Todavia, pesquisas indicam que a terceirização nunca foi motivo para aumento de produtividade. De acordo com a CNI - Confederação Nacional da Indústria, 91% das empresas que terceirizaram serviços o fizeram unicamente para reduzir custos e apenas 2% admitiram a tentativa de alcançar maior produtividade. Portanto, a tendência é a lei precarizar os serviços. 
Diante de tantas incertezas sobre a economia do País e dos empregos, o governo ainda mexeu no seguro-desemprego, aumentando de 6 para 18 meses o mínimo de tempo que o trabalhador deve ter de carteira assinada para requerer o benefício pela primeira vez. Assim, o 1º de Maio chega com tantas incertezas que o melhor é que a data passe o mais rápido possível, para que saibamos logo qual futuro nos aguarda.
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