OPINIÃO
Cidades são espaços que cumprem papel importante no desenvolvimento da sociedade. Na cidade encontramos infraestrutura e serviços que somente são possíveis graças à aglomeração demográfica. Todavia, pagamos um preço alto por essa aglomeração. Várias obras literárias, filmes e séries já tentaram imaginar como as cidades vão se estruturar daqui a 15, 30 ou 50 anos.
De acordo com relatórios, o mundo enfrentou uma reviravolta no ano de 2008, quando, pela primeira vez na história, metade da população humana se encontrava dentro de algum perímetro urbano. Para as próximas décadas, é esperado que o número continue crescendo exponencialmente e vamos atingir 60% da população em área urbana. Com isso, surgem uma série de problemáticas e desafios que moldarão o crescimento e evolução das cidades nos próximos anos. Tudo diferente do que estamos acostumados a enfrentar hoje.
Gaspar, ao completar 89 anos, está preparada para esses desafios? Não estaríamos nós, cidadãos e poder público, desperdiçando energia e dinheiro em obras e investimentos que não irão se sustentar em um espaço de tempo relativamente curto. Quando pensamos em revitalizar uma rodovia, não seria mais prudente projetarmos logo a duplicação? Pelo andar da carruagem, em menos de duas décadas Gaspar vai chegar a 100 mil habitantes e o Vale Itajaí, seguramente, a mais de 2 milhões. O poder público tenta fazer a sua parte, assim como os cidadãos, porém, há muito o que ser melhorado e muitos problemas para serem resolvidos na cidade e não convém acreditar que as soluções de hoje nos tranquilizam para o futuro.
Qual será a importância da tecnologia no desenvolvimento e crescimento de Gaspar? Existirão soluções inteligentes para cidades como Gaspar? Hoje, fala-se muito em captar novos empreendimentos, qualificar a mão de obra e interligar bairros por meio de pontes e rodovias pavimentadas. Essa é de fato a cidade do futuro? A cidade dos nossos filhos e netos? “Cidades Inteligentes” ou Smart Cities são cidades comprometidas com o desenvolvimento urbano e a transformação digital sustentáveis, em seus aspectos econômico, ambiental e sociocultural. Essas cidades já existem - é bem verdade que são poucas no mundo - mas são bem planejadas, inovadoras, inclusivas e em rede, ou seja, promovem o letramento digital, a governança e a gestão colaborativas dos seus cidadãos. Essas cidades usam tecnologias na solução de problemas concretos, como de mobilidade, segurança pública, educação, saúde e até habitação. As cidades inteligentes contemplam seus habitantes com oportunidades, serviços eficientes e para todos, reduzindo desigualdades, aumentando a resiliência e melhorando a qualidade de vida. A novidade é que tudo isso acontece dentro de um ambiente seguro e responsável de dados e das tecnologias da informação e comunicação. A União Européia define como cidade inteligente aquela onde as pessoas interagem e usam energia, materiais, serviços e financiamento para catalisar o desenvolvimento econômico e a melhoria da qualidade de vida. Esses fluxos de interação são considerados inteligentes por usar infraestrutura e serviços e de informação e comunicação com planejamento e gestão urbana para dar resposta às necessidades sociais e econômicas da sociedade. Cidades bem planejadas, administradas e financiadas, podem criar benefícios econômicos, sociais, ambientais e de governança. Trazem também outros benefícios não quantificáveis ainda, mas que melhorarão as vidas das pessoas, reduzindo os efeitos climáticos, a pobreza, a desigualdade e o desemprego. Estamos no caminho?



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