A primeira CNH ninguém esquece

Hoje, entre testes e aulas, o documento leva, em média, quatro meses para ficar pronto

A primeira CNH ninguém esquece

Tirar a Carteira Nacional de Habilitação no Brasil já foi tão fácil quanto requisitar uma carteira de estudante. Bastava que a pessoa soubesse ler e escrever. Num único dia, o candidato fazia os testes e saia com a CNH no bolso. Hoje, a realidade é outra. Com o novo Código Brasileiro de Trânsito, em vigor desde 1997, tirar a CNH é um processo que pode levar até quatro meses. Além disso, o CBT mexeu no bolso dos brasileiros. A primeira CNH não sai por menos de R$ 2 mil. No mercado há 27 anos, Márcio Aguiar, proprietário da Auto Escola Gasparense, diz que as mudanças trouxeram benefícios para a segurança no trânsito. “Antes, a pessoa ia no Detran apenas buscar o documento, com o novo CBT aumentou-se a obrigatoriedade e carga horária dos cursos. Além dos exames médico e psicoténico, o candidato precisa passar por, no mínimo, 45 horas/aula entre prática e teoria. Aguiar admite uma queda de 20% na procura por CNHs, mas as mudanças foram válidas. 

Aos 25 anos, Alceni de Oliveira está atrás da primeira habilitação. Após fazer as aulas teóricas e os exames exigidos, ele começou nesta semana a sua primeira aula prática. Ele conta que começou os procedimentos em abril, mas a CNH deve ficar pronta só em setembro.  

Nely Catarina Lucas, instrutora de direção há cinco anos, explica que antigamente havia bastante problemas com alunos que achavam que já sabiam dirigir quando chegavam para fazer as aulas práticas. “Principalmente os jovens, que eram muito afoitos. Hoje, a situação mudou, pois a conscientização já é trabalhada durante as aulas teóricas”, explica. Ela afirma que a maioria das pessoas tem facilidade para aprender a dirigir, mas alunos inseguros acabam reprovando no teste prático.  

Há 50 anos

A moradora do bairro Poço Grande, Rute Otickir Spengler, de 70 anos, não precisou nem de uma semana para conseguir a CNH, há quase 50 anos. “Antes não era preciso fazer as aulas, somente os testes”, recorda-se. Até hoje ela dirige e sente as mudanças nas exigências. “Tenho que renovar a CNH a cada três anos”, ressalta. Foi com a cunhada que Rute aprendeu a dirigir. Ela era vendedora de roupas e visitava as clientes de ônibus. “Senti a necessidade de começar a dirigir por causa do meu trabalho. De ônibus eu levava muito tempo”. O primeiro veículo de Rute, um Fusca, adquirido com o marido Gilberto, ainda trafega pelas ruas de Gaspar. Hoje, é o marido quem dirige o carro. “Antigamente as famílias tinham apenas um veículo e hoje cada um tem um. Desde que comecei a dirigir tive que aprender a ter muita paciência, pois não estava acostumada com tantas filas”.

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