Vozes que cantam e encantam há 125 anos | Especial 90 anos de Gaspar

Coro gasparense é o mais antigo em atividade ininterrupta de Santa Catarina

 Vozes que cantam e encantam há 125 anos |  Especial 90 anos de Gaspar

Quando o Coro Misto Santa Cecília foi fundado, há quase 126 anos, pouco se falava em emancipação política-administrativa de Gaspar. Na época, 1898, a cidade de Gaspar era um distrito de Blumenau e as vozes do Santa Cecília multiplicavam o canto litúrgico nas missas da Igreja Matriz São Pedro Apóstolo e eventos religiosos. 

O Coro gasparense é o mais antigo em atividade ininterrupta de Santa Catarina e, seguramente, um dos mais longevos do Brasil. Com repertório focado no sacro e canto gregoriano, o Coro Misto Santa Cecília é iniciativa do franciscano frei Pedro Sinzig, célebre músico alemão e autor de inúmeras obras sacras.

Entre ensaios semanais e apresentações em missas e eventos especiais, as vozes, dos 20 aos 90 anos, se misturam para cantar e manter o coralismo vivo em Gaspar. O canto pode mudar a vida de uma pessoa, assim como pode unir gerações. É o caso de Claudette Bohn, 88 anos, Deisy de Souza Bohn, 79 anos, Cibele Bohn, 55 anos, e Daniel Luiz Spengler, 37 anos. 

Três gerações da família que cresceram emprestando suas vozes ao Coro Misto Santa Cecília. Rege a tradição que todo o membro família Bohn ao completar 11 anos entrava para o coro. Daisy começou aos 14 anos. Ela lembra que em todos os principais momentos da sua vida, o Santa Cecília esteve presente. “Fazemos parte de uma família, o coro para mim é sinônimo de alegria e energia”, resume a simpática senhora. Não menos apaixonada pelo coralismo é Claudette Bohn, 86 anos. Seu marido, Egon Bohn, foi o maestro e regente do coro por muitos anos e sua imagem está ligada à cultura da cidade. “O Coro nunca foi somente canto, mas também o aprender, o vivenciar, mexer com as nossas emoções. 

Esperamos que esse trabalho continue por muito tempo, que os jovens participem”, observa Claudete. Cibele Bonh, filha de Daisy, define o coro em duas palavras: força e fé. Ela recorda que em 22 de novembro de 2008, quando acontecia a maior tragédia climática da história do Vale do Itajaí, o Santa Cecília se apresentava em uma missa na Igreja Matriz São Pedro Apóstolo. “Chovia muito, faltou luz e a igreja ficou em completa escuridão e silêncio, foi aí que começamos a cantar como forma de força por aquilo tudo que estávamos passando”, emociona-se. 

O Coro jamais perdeu o vínculo com a música religiosa, porém passou por uma reciclagem, ampliando o leque para outras vertentes musicais. Hoje,o grupo é formado por 28 coralistas sob a regência do maestro Denilson Carlos Creuz. Em 2019, a Prefeitura de Gaspar declarou o Coro Misto Santa Cecília “Patrimônio Imaterial”, o que tornou a instituição uma das mais importantes da história cultural e religiosa de Gaspar. Um documentário e livro, por meio da Lei Paulo Gustavo, estão sempre produzidos, contando a trajetória secular do Coro Misto Santa Cecília.

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