Já a Coreia proibiu a entrada de produtos da BRF e Europa diz que vai monitorar as importações brasileiras
A "Operação Carne Fraca", que investiga adulteração nas carnes produzidas no Brasil e corrupção no Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento pode ter efeitos devastadores para o produto no mercado externo. E a primeira reação ao escândalo veio da China, que suspendeu a entrada de quaiquer tipo de carne brasileira no país até que se preste esclarecimentos sobre a Operação Carne Fraca, deflagrada pela Polícia Federal (PF) na sexta-feira (17).
O governo brasileiro reagiu imediatamente ao embargo chinês e, por meio de nota, o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento informou que a pasta dará todos os esclarecimentos aos chineses o mais rápido possível. "Até receber as informações, a China não desembarcará as carnes importadas do Brasil. Hoje à noite, o ministro terá uma videoconferência com autoridades chinesas para prestar esclarecimentos", diz o comunicado.
De acordo com a agência de notícias chinesa Xinhua, as exportações do Brasil para a China quase duplicaram nos primeiros dois meses do ano em relação ao mesmo período em 2016. Em janeiro e fevereiro, as exportações trouxeram US$ 6,246 bilhões, principalmente nas vendas de petróleo e ferro, soja, polpa de madeira e carne bovina. O valor das exportações do Brasil à China saltou 94,3%, impulsionando por uma subida dos preços de matérias-primas como petróleo e ferro.
O governo brasileiro também veio tomando medidas para evitar que a crise no setor de carnes se agrave mais ainda. Na manhã desta segunda-feira, portaria do Mapa exonerou de cargos comissionados os superintendentes federais de agricultura, pecuária e abastecimento do Paraná, Gil Bueno de Magalhães; e de Goiás, Júlio César Carneiro. Na sexta-feira (17), depois que a Polícia Federal deflagrou a Operação Carne Fraca, o governo já havia anunciado o afastamento de 33 servidores suspeitos de envolvimento nas irregularidades investigadas.
De acordo com a PF, frigoríficos envolvidos nesse esquema criminoso "maquiavam" carnes vencidas e as reembalavam para conseguir vendê-las. As empresas subornavam fiscais do ministério para que autorizassem a comercialização do produto sem a devida fiscalização. Segundo a denúncia da PF, o esquema criminoso envolve empresários do agronegócio e fiscais agropecuários que facilitavam a emissão de certificados sanitários para alimentos inadequados para o consumo.
Chile
O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento confirma apenas a suspensão pela China da entrada da carne brasileira. Entretanto, de acordo com a agência notícias DPA, o ministro da Agricultura chileno, Carlos Furche, anunciou que o país vetou o ingresso da carne brasileira até receber informações mais detalhadas sobre a extensão do esquema. A Comissão Europeia também solicitou mais informações ao governo brasileiro e afirmou que vai monitorar as importações de carne brasileira e que todas as empresas envolvidas no escândalo terão a entrada de seus produtos negados na Europa. Já a Coréia, a maior importadora de frango brasileiro, proibiu a entrada no país de qualquer produto das marcas Sadia e Perdição, que pertencem a BRF, empresa suspeita de envolvimento no esque
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