Ouro renova recorde e chega a US$ 4.100 com tensão entre EUA e China

Alta histórica reflete o aumento da procura por investimentos seguros diante do impasse comercial e político entre as duas maiores economias do mundo.

O ouro alcançou um novo recorde nesta segunda-feira (13), encerrando o dia a US$ 4.133 por onça-troy, segundo levantamento da Dow Jones Newswires. A prata também atingiu seu maior valor em 45 anos, impulsionadas pelas tensões entre Estados Unidos e China e pelo prolongado shutdown do governo norte-americano.

Metais preciosos em alta histórica

Na Comex, divisão de metais da bolsa de Nova York (Nymex), o ouro para dezembro subiu 3,3%, enquanto a prata para o mesmo mês valorizou 6,73%, encerrando a sessão a US$ 50,42 por onça-troy. Durante o pregão, ambos os metais atingiram os maiores preços já registrados, com o ouro chegando a US$ 4.137,20 e a prata a US$ 50,59.

A valorização dos metais reflete a busca dos investidores por ativos de proteção em meio à instabilidade econômica e geopolítica global.

Cenário econômico e fatores de influência

Segundo analistas, o rali do ouro e da prata é sustentado pelo crescimento mais lento da economia norte-americana e pela expectativa de taxas de juros mais baixas pelo Federal Reserve.

O secretário do Tesouro dos EUA, Scott Bessent, afirmou que o shutdown do governo já começa a afetar a resiliência da economia, reforçando a procura por alternativas seguras de investimento.

Instituições financeiras como Julius Baer e Goldman Sachs apontam que o ouro se beneficia da demanda crescente dos bancos centrais, enquanto a prata, apesar de mais sensível a variações de mercado, segue a mesma tendência positiva.

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Projeções otimistas para 2026

De acordo com o Bank of America (BofA), o ouro deve continuar valorizando ao longo de 2026, podendo atingir US$ 4.400 por onça-troy. Já o Société Générale prevê um avanço ainda maior, estimando que o metal chegue a US$ 5.000 até o fim do próximo ano.

As ações de grandes mineradoras também refletem o movimento: a Newmont, maior produtora global de ouro, registrou alta de 4,6% em Nova York.

Incertezas globais impulsionam demanda

A escalada nas tarifas impostas pelos EUA à China, anunciadas na última sexta-feira (10), reforçou o clima de tensão no mercado. O cenário levou investidores a migrarem para ativos considerados seguros, como ouro e prata.

O relatório da Dow Jones destacou que o ouro teve o maior ganho em dólares já registrado em um único dia, e o maior avanço percentual desde abril. Já a prata teve o maior salto diário em dólares desde 1980 e o maior percentual desde março de 2023.

Além disso, os contratos mais líquidos de platina e paládio também avançaram cerca de 4,2%, acompanhando a tendência de valorização dos metais preciosos.

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