Toda a vez que se faz a prestação de contas do hospital de Gaspar não se dá nenhuma boa notícia. A cor vermelha dos números predomina na tela. Na primeira prestação do governo Wan-Dall não foi diferente, mas depois de tanto número negativo, alguém lembrou de dar uma boa notícia. Por meio da Celesc, o hospital continua arrecadando R$ 17 mil/mês em doações da comunidade. O povo, que é quem paga o pato pelo falta de recursos, que se reflete na qualidade do atendimento, continua sendo o único aspecto positivo neste oceano de dificuldades que o hospital enfrenta.
A volta do CAR
Para o presidente da Comissão Municipal de Saúde, Jean Leandro, os problemas do hospital de Gaspar se agravaram depois que fecharam o CAR - Centro de Atendimento de Risco, que ficava no centro da cidade. Antes, pequenos procedimentos médicos aconteciam ali, desafogando o fluxo de atendimento no hospital. Depois que o prédio foi demolido, o CAR se mudou para a policlínica e, em 2016, o levaram para o hospital com um clínico geral e uma pediatra, porém os protocolos de atendimento passaram a ser de urgência e emergência e não mais clínico. Por isso, a Comissão vai pedir a atual administração a volta do CAR.
Pensando alto
Saiu a secretária Dilene Jahn Melo e entraram logo quatro para cuidar da área da saúde. Só por essa decisão, o leitor já imagina o tamanho do problema que é a saúde em Gaspar. Dois são vereadores - Francisco Hostins Junior (PMDB) e Silvio Cleffi (PSC). Eles têm experiência, um já foi secretário da pasta e o outro é médico. Acontece que eles continuam vereadores. Pergunto: uma das tarefas do vereador não é fiscalizar os atos do Executivo? Então, teoricamente, os dois vereadores vão fiscalizar a si mesmos. Ainda bem que tem mais 11 na Câmara de Vereadores.
Tava na cara...
... que a Justiça daria ganho de causa para os proprietários do terreno da Arena Multiuso. Ninguém de sã consciência venderia uma área 430 mil m², no centro da cidade, por R$ 400 mil. Esse é o valor de um apartamento de três quartos em Gaspar. A administração anterior só fixou esse valor porque era o dinheiro que tinha para pagar pelo terreno. E aí outro erro no processo de desapropriação. Não tem como aceitar que uma comissão da própria prefeitura avalie o terreno. O correto é uma comissão indicada pela Justiça. Por isso, a atual administração tem toda a razção quando diz que o processo de desapropriação começou errado. Agora, é buscar um entendimento com os proprietários de fato, tendo a justiça como mediadora, ou devolver o terreno e admitir que não se tem dinheiro em caixa para pagar o valor real e não o venal.
Bosi solto
O ex-prefeito de Ilhota Daniel Bosi recuperou nesta quinta-feira (29) a liberdade, e não poderia ser diferente. Afinal, não existem motivos para mantê-lo preso porque ele não está obstruindo as investigações e nem está arrumando as malas para fugir. Agora, é tentar provar a sua inocência com direito a ampla defesa que se dá a todo o cidadão. Para aqueles que patrocinaram churrasco de comemoração após a prisão de Bosi, fica a dica: quem tem telhado de vidro não pode jogar pedras (ou será foguetes?) no do vizinho.
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