O mundo defende a introdução da tecnologia no futebol, só resistem os dirigentes retrógrados da FIFA. Por conta dessa intransigência, o futebol tem protoganizado erros absurdos de arbitragem que interferem diretamente no resultado do jogo e até de um campeonato, como aconteceu na Copa do Mundo da Alemanha, em 2010, quando a dona da casa foi ajudada num erro descomunal de arbitragem nas oitavas de final contra a Inglaterra. A bola transpôs a linha do gol em mais de meio metro, mas o juiz e nem o auxiliar confirmaram o gol que as câmeras de TV mostravam insistentemente segundos depois do lance. A Alemanha venceu por 4 a 1 e eliminou a Inglaterra. Por conta desse erro, na Copa do Mundo de 2014, a FIFA permitiu que se usasse um chip dentro das bolas, para acusar se ela passou ou não a linha do gol. Mas, não estamos falando apenas de jogadas em que se discute se a bola entrou ou não. Existem outros lances polêmicos, como impedimentos e pênaltis mal marcados, que influenciam no resultado da partida.  

Não dá mais para engolir os absurdos que estão acontecendo nos gramados do Brasil e do restante do mundo simplesmente porque a FIFA resiste em usar a tecnologia. Vimos na última Olímpiada que o vôlei aderiu à tecnologia e, por várias vezes, se constatou que os juízes estavam equivocados nas suas marcações. 
A FIFA entende que o árbitro é soberano nas suas decisões e que errar faz parte do espetáculo. Não concordo, porque existe toda uma estrutura por detrás dos clubes e a eliminação ou perda de um título por erro de arbitragem envolve também perdas financeiras. A entidade proíbe o uso da tecnologia, mas aqui no Brasil ela vem sendo usada de maneira dissimulada. Árbitros estão sendo ajudados por uma espécie de "voz da consciência", que sopra nos seus ouvidos quando existe a dúvida. E, na maioria dos casos, eles estão aceitando a interferência externa, o que pode gerar até ações na Justiça Desportiva. Um dos casos de repercussão ocorreu em outubro do ano passado, durante um Fla-Flu pelo Brasileiro. O zagueiro Henrique, do Fluminense, fez um gol de cabeça no final da partida, cujo placar era favorável ao Flamengo - 2 a 1. No instante em que a bola cruzou a linha do gol, o bandeirinha assinalou impedimento. Mas o árbitro validou a jogada. Só que isso durou apenas alguns minutos. Informado pela "voz da consciência", ele voltou atrás e anulou o gol. O próprio locutor da SporTV foi categórico: "o árbitro só anulou o gol por causa do vídeo". Avaí e Flamengo jogavam na Ressacada, em Florianópolis, em junho deste ano, quando árbitro marcou pênalti a favor do Avaí. Os jogadores do Flamengo impediram a cobrança do pênalti o tempo suficiente para que o lance fosse visto e revisto na TV e os comentaristas afirmassem que não havia ocorrido a falta. Resultado: o pênalti foi desmarcado. 

Nesta terça-feira (18), nova polêmica. Inter e Luverdense jogavam no Beira-Rio, pela Série B, quando aos 48 minutos do segundo tempo o auxiliar levantou equivocadamente a bandeira marcando impedimento do jogador do Inter que não participava do lance. A defesa da Luverdense parou, mas o juiz não apitou a paralisação da jogada porque viu que não havia impedimento. O resultado foi que o time gaúcho marcou o gol e venceu o jogo. A confusão se formou, mas em determinado momento se percebe claramente que a "voz da consciência" entrou em campo e mandou o juiz validar o gol. E estava certo. Se tivesse o recurso da tecnologia, bastaria acionar os telões do estádio e conferir o lance. Ao invés disso, o que se viu foram dez minutos de muito bate-boca e agressões. Portanto, está mais do que na hora da FIFA descer do seu pedestal e admitir a tecnologia como o recurso mais justo no resultado final de um jogo de futebol, pois o mundo evoluiu só não a entidade máxima do futebol.