Brechós ganham em sofisticação, mantendo bons preços

Brechós ganham em sofisticação, mantendo bons preços

Comprar roupas e acessórios em brechós deixou de ser sinônimo de pouco dinheiro e mau gosto para se tornar chic. Hoje, nove em cada dez celebridades admitem reforçar o guarda-roupa com roupas e acessórios de segunda mão, o que dá um certo glamour ao negócio. Até a famosa consultora de moda, Glória Kalil, se rendeu ao mercado do vestuário usado e na sua coluna Chic News dá dicas de um roteiro de bons brechós em São Paulo, a capital deste tipo de comércio. Quem não pode ir pessoalmente a São Paulo compra as roupas pela internet - já existem dezenas de brechós na rede mundial - ou ainda pode ir até uma das duas lojas existentes no bairro Santa Terezinha.
Aos poucos, os brechós foram perdendo a imagem de lugares empoeirados e repletos de traças e roupas démodé. Hoje, são espaços comerciais de visual atraente e roupas de grife. A clientela é diversificada e de todas as faixas sócioeconômicas. As instalações do MKR Brechó não devem em nada aos das butiques que vendem roupas novas na cidade. A balconista Manoela Kauling diz que atende a todo o tipo de cliente. De pessoas interessadas nas roupas de grife até aquelas que procuram peças a baixos preços, como as blusinhas que custam, em média, R$ 2,00. Já as mais caras, ternos e vestidos de festa, custam R$ 50,00. A venda é à vista.  
A loja não compra as roupas, o que torna o investimento inicial modesto. Todo o estoque é consignado, isto é, os donos das roupas as deixam para a venda no brechó por um período determinado. Manoela explica que a MKR não comercializa peças sem conhecer a procedência. Essa é uma vantagem, porque a maioria dos clientes quer saber a procedência da roupa. Infelizmente ainda existe o preconceito de que roupa de brechó é de quem morreu. “Tem muita gente que compra uma roupa para um determinado evento e depois acha melhor vendê-la”, explica a atendente. A MKR tem uma carteira de 100 fornecedores fixos. Cada peça passa por uma avaliação criteriosa de qualidade. “Se tem algum defeito ou está suja e manchada a loja não aceita”, garante Manoela.
A atendente tem um bom argumento para derrubar a tese do egoísmo de quem prefere vender a roupa ao invés de doá-la. “Quem compra uma roupa vai usá-la, agora quem a recebe em doação muitas vezes a joga no lixo”. É verdade, mas não foi o que ocorreu depois das enchentes de novembro do ano passado quando muita roupa doada foi distribuída na cidade. Manoela admite que, na época, o movimento na loja caiu bastante, mas agora voltou ao normal.

Paciência e espírito desbravador
O primeiro passo para comprar uma roupa de brechó é ter paciência e espírito desbravador. As peças ficam misturadas nas prateleiras e araras, o que exige um trabalho de garimpagem. Outro detalhe importante: dificilmente você encontrará duas peças iguais e de tamanhos diferentes. Portanto, prepare-se para se deparar com um modelo que combine perfeitamente com seu estilo, mas não com o seu corpo. Agora, se você estiver  em um dia de sorte pode comprar a mesma roupa de grife que viu na vitrine da loja do shopping por um valor até 10% da peça nova. O que vale é a criatividade.