Moradores do Barracão, Bateias e Óleo Grande dividem-se entre duas cidades

 

Morar na divisa entre duas cidaes tem suas vantagens. Embora a distância do centro de Gaspar, onde estão a maioria dos estabelecimentos comerciais, além da Prefeitura e todo tipo de empresas de prestação de serviços, os moradores do Barracão, Bateias e Óleo Grande levam menos tempo para chegar a Brusque. A cidade vizinha é conhecida, em todo o estado, por ter mais opções de compra e os melhores preços no setor do vestuário. Isto atrai o cliente.

Gaspar é 23º município em arrecadação de ICMS em Santa Catarina. é a 8ª economia do estado.

 

 

Brusqua

Mais linhas de ônibus na cidade

Leonor Ponchirolli, mãe de Marcelo e Ione, mora há quase 50 anos no bairro Barracão. Ela conta que os moradores preferiam ir a Brusque fazer compras. "Gaspar era muito pequena". Dona Lolô, como é conhecida no bairro, lembra de quando mudou-se para o bairro. "Contava-se nos dedos o número de casas. Também naquele período, o acesso era mais fácil a Brusque do que ao centro de Gaspar.

Hoje, essa realidade mudou. A irmã de Marcelo, Ione Ponchirolli, acrescenta que, para quem não tem carro, é melhor ir a Gaspar, pois existem mais linhas e horários de ônibus para o centro do que a Brusque. Além disso, o trajeto para o outro município é mais longo.

Segundo ela, os ônibus vivem lotados. Dona Lolô já não pode mais sair de casa, mas, quando o faz, procura sempre ir ao centro de Gaspar. "Na verdade, os moradores daqui dependem das duas cidades", observa a filha, resumindo a atual realidade do bairro.

Comente esta reportagem enviando um e-mail para [email protected]

 

Houve uma época em que essa preferência era ainda maior. Além disso, Brusque foi por muito tempo fonte de emprego para muitas famílias gasparenses, que aproveitavam o tempo na cidade para operações bancárias, consultas médicas, compras e pagamentos de dívidas.

De uns tempos para cá, no entanto, observa-se uma inversão. Novas empresas se instalam em Gaspar, aumentando a demanda pela mão-de-obra local. Por consequência, os moradores da divisa voltaram a passar mais tempo em Gaspar.

Gilberto Josué Lessa é uma dessas pessoas. Há 20 anos residindo no Barracão, ele conta que já trabalhou em Brusque e que, antes, costumava ir muito mais à cidade vizinha. Hoje, não. Por trabalhar em Gaspar, acaba resolvendo tudo o que precisa por aqui mesmo A filha estuda na escola do bairro, como a maioria das crianças e, quando se fala em compras, Josué dá preferência às lojas da sua cidade, como uma maneira de fomentar a economia local. "Quando surgiu a FIP - Feira do Vestuário, que era novidade em Brusque e mais barato, muita gente ia a Brusque, hoje mudou", reforça a esposa, Beatriz Lessa.

Ainda assim, ela calcula que a maioria dos moradores do Barracão ainda trabalhe em Brusque, como é o caso de João Pedro Roncáglio. Ele e seus familiares preferem o outro município para suprir suas necessidades básicas. Como sua esposa, Jandira, só pode sair aos sábados para fazer compras, ele prefere ir a Brusque porque todas as lojas ficam abertas até o final do dia. "Em Gaspar, ao contrário, o comércio fecha suas portas ao meio-dia de sábado. Para nós, é inviável", diz o morador.

João é empregado de uma marmoraria e tem mais dois irmãos que trabalham em Brusque. Todos os dias ele vai de moto para o trabalho, a não ser em dias de muita chuva. Para ele, o trajeto é melhor, pois não precisa enfrentar o congestionado trânsito do centro da cidade de Gaspar.

 

Outro que também trabalha na cidade vizinha é Marcelo Ponchirolli. O emprego em uma metalúrgica há mais de um ano, não o impede de utilizar serviços como o bancário e de atendimento médico em Gaspar. Muita coisa, lembra sua esposa, Lígia Seefeld, eles resolvem no próprio bairro. "Aqui já temos mercado onde se paga as contas de luz e água. Fica muito mais fácil", afirma.

 

Bairro

Você sabia?

Moradores do Barracão, Bateias e Óleo Grande dividem-se entre duas cidades