Depois dos padres Gattone e Matz, quem mais se destaca na história da Igreja em Gaspar é o franciscano frei Godofredo Sieber. Foi ele o construtor heróico da admirável igreja de São Pedro Apóstolo. Frei Godofredo foi ordenado padre em dezembro de 1934 e celebrou sua primeira missa em Petrópolis (RJ). Depois de seu último ano de teologia foi enviado à Palhoça (SC) e veio parar em Gaspar no dia 10 de janeiro de 1938, substituindo o frei francisco Xavier Van Gelder no cargo de vigário. Ele foi o grande incentivador do Clube Musical São Pedro, fundado em 1946 e que continua ativo até os dias de hoje. Trabalhou acima de suas forças tanto na igreja, nas práticas, nas conferências, doutrinas, reuniões de irmandades e associações, visitas nas escolas rurais e aos enfermos. Em 1948 foi transferido para Concórida, onde permaneceu até começos de 1962, quando foi enviado de regresso a Gaspar. Na primeira estadia de 10 anos em Gasapr, frei Godofredo foi um grande incentivador do Colégio Cristo Rei, de propriedade da paróquia, dirigido pelas irmãs franciscanas de São José. Essa escola fechou em 1947, com a saída das irmãs.
Frei Godofredo colocou as dependências do antigo Colégio Cristo Rei à disposição da Secretaria da Educação para funcionamento do novo colégio, intitulado Colégio Frei Godofredo. Também foi por intermédio de frei Godofredo que o Hospital Nossa Senhora do Perpétuo Socorro foi construído na cidade. Frei Godofredo faleceu em Petrópolis no dia 12 de outubro de 1992.

O primeiro pároco residente

O padre Alberto Francisco Gattone foi o primeiro pároco residente de Gaspar. Ele chegou em nosso município no ano de 1860 e foi morar na vizinhança da capela do Belchior, na casa de Nicolau Deschamps. Ficou em Gaspar até o dia 21 de maio de 1867, quando  foi tranferido para Brusque. Durante os seis anos em que esteve entre os gasparenses, padre Gattone conquistou os fiéis com seu jeito exigente mas ao mesmo tempo amável. Apesar da baixa estatura, magro e doentio, o padre não se poupava e muito fazia pelos católicos gasparenses. Todos os que o conheceram faziam lhe muitos louvores. Diziam que Gattone amava a pobreza e era amigo dos pobres. Durante muito tempo, mesmo tendo uma cama reservada só para ele, o padre durmiu no chão, fazendo de um grosso livro o seu travesseiro. Foi ele quem redigiu o importante requerimento enviado aos deputados da Assembleia Provincial no Desterro, que resultou na criação da freguesia de Gaspar. O documento reunia mais de 130 assinaturas. O padre tinha primordial preocupação pela educação e pelo ensino da religião junto à comunidade. Começou então a reunir primeiro os moços e moças entre os 15 e 30 anos de idade, preparando-os para a 1º eucaristia. Nos anos seguintes, catequizava para a 1ª comunhão os menores entre 12 e 15 anos. Da mesma forma ele começou uma escola para os filhos dos colonos, mas, suas variadas preocupações paroquiais e sua saúde precária, puseram fim à atividade. Padre Gattone permaneceu em Brusque até 1882, quando foi transferido para o Rio de Janeiro. Passou os últimos meses de sua vida no convento Franciscano Santo Antônio e faleceu no hospital da Gamboa, no dia 28 de janeiro de 1901.

Mais tempo à frente da paróquia

De todos os vigários de Gaspar, padre Henrique Matz foi o que durante mais tempo governou a paróquia: de 1876 a 1894. Com o início do “Kulturkampf” (Luta de Culturas), espécie de guerra civil em que os católicos eram perseguidos, Matz foi expulso da Alemanha e refugiou-se em Gaspar, sendo nomeado oficialmente vigário da cidade em agosto de 1877. Ele era baixo, de bastante peso e enérgico. Uma das primeiras medidas adotadas pelo padre na cidade foi abrir uma escolinha em sua própria casa, onde, de dois em dois anos, durante seis meses, catequizava os candidatos à primeira comunhão. Mas, a medida mais urgente e que tanto preocupava Matz era a precária situação da Matriz de Gaspar, por isso ele contratou em Blumenau o engenheiro Henrique Rohrberger para a elaboração da planta e do orçamento da nova igreja. A bênção do novo templo foi dada durante a festa de São Pedro, no dia 29 de junho de 1885. Na maior parte do tempo em que viveu em Gaspar, a exemplo do padre Gattone, levou vida de muita pobreza em roupa e alimentação. Morava de aluguel numa pequena casa de tábuas, pertencente a Adão Schmitt. Padre Matz deixou Gaspar e assumiu Itajaí e Camboriú em setembro de 1894. Entretanto, ficou doente e inutilizado para o trabalho e pediu que o trouxessem de volta a Gaspar. Poucos dias depois, em 8 de outubro do mesmo ano ele faleceu. Seus funerais foram celebrados pelos freis Rogério Neuhaus, Gabriel Krömer e Solano Schmitt, na mesma igreja que havia construído em Gaspar.