Jovens se preparam para receber os sacramentos da Eucaristia e Crisma

Jovens se preparam para receber os sacramentos da Eucaristia e Crisma

Chega o final do ano e as famílias católicas que têm crianças e adolescentes se preparam para comemorar o recebimento dos sacramentos da Eucaristia e da Crisma. A comunidade da Paróquia Nossa Senhora da Imaculada Conceição, do Bela Vista, por exemplo, está vivenciando esse momento. No final do mês de outubro, 85 adolescentes confirmaram sua fé e receberam a Crisma. E neste fim de semana, 119 crianças participarão da Eucaristia pela primeira vez.

Apesar de o número de participantes não ter diminuído muito, segundo a secretária da paróquia, Ivonete Trierweiler, o atual pároco, padre Miguel Rosseti, manifesta preocupação com a participação dos jovens na igreja. Há três meses trabalhando na paróquia, substituindo o padre antes responsável pela paróquia, que se afastou por questões de saúde, padre Miguel percebeu a redução do número de jovens presentes no dia-a-dia paroquial.

AbandonoSegundo ele, muitos fatores contribuem para que isso aconteça, como o surgimento de novas tecnologias e opções de lazer que atraem mais a atenção de crianças e adolescentes. Mas, padre Miguel tem procurado entender qual a parcela de responsabilidade da própria igreja nesse fato.

"Entendo que parte disso diz respeito ao nosso sistema catequético", avalia. Para ele, o problema da catequese hoje é que ela funciona da mesma maneira que o sistema escolar. Faz-se matrícula, cumpre-se horários e ao final de tudo celebra-se como se faz nas formaturas de escolas. Então, o mesmo comportamento que os jovens têm com relação à escola, é transferido para a catequese. "É natural que eles tenham a reação de não voltar, pois é assim que fazem na escola", comenta.

O padre acredita que, para mudar esse contexto, seria preciso mudar o sistema catequético. De com ele, a catequese existe para ensinar às crianças e adolescentes o jeito de viver de Jesus e enfatizar a vida em comunidade. "Poderia haver um grupo estabelecido por afinidade, para se criar um ambiente onde o jovem se sinta mais à vontade, assim como nos grupos de amigos que eles têm", sugere o pároco.

Ao criar um ambiente no qual os jovens gostem de ficar, eles viriam com mais freqüência e até sentiriam falta da religião. "Na minha época, sentíamos o desejo de estar no chamado oratório. Penso que esse é o ideal para a catequese e a igreja, com relação aos jovens, ser um lugar onde se vai por vontade", diz.