A capela, de 65 anos, passará por reformas este ano
A Capela São Brás, no bairro Lagoa, vai passar por um período de obras a partir da próxima semana. O objetivo é promover a restauração interna da, com melhorias no forro, na pintura, no piso, além da instalação de luminárias e de uma cruz feita especialmente para a igreja.
Segundo a tesoureira do Conselho Pastoral Comunitário (CPC) da capela, Andréia Nagel, a igreja deverá ficar fechada até próximo ao Natal, quando deverão encerrar as obras de restauração. Até lá, as celebrações serão realizadas no salão da comunidade, que será devidamente adaptado. "Nossa intenção é deixar tudo pronto para inaugurar com a missa de Natal", garante Andréia.
Para custear a restauração, o CPC está reunindo fundos desde fevereiro, quando foi realizada a festa em homenagem ao padroeiro São Brás. Neste domingo, o conselho realiza um costelaço, com todo lucro revertido para as obras.
Outra arrecadação importante que auxiliará no financiamento da restauração são os dízimos dos fiéis. "Por isso é tão importante que a comunidade pague o dízimo em dia", esclarece a tesoureira. O valor total da obra está orçado em R$ 40 mil. Já a cruz, que foi encomendada no município de Treze Tílias custará R$ 5 mil. Trata-se de uma aquisição feita com o patrocínio de famílias, empresas, bem como de outras pessoas ligadas à comunidade.
Andréia explica que até então, haviam sido feitos pequenos reparos na capela que, recentemente, foi pintada por fora. A restauração interna era um projeto antigo desta diretoria que já está há três anos na coordenação do conselho, e encerra sua participação no ano que vem. A tesoureira conta que, agora que reuniram condições, decidiram reformar por dentro, para proporcionar aos fiéis um local melhor para a realização das celebrações. A maior modificação será a cor interna, que ainda não foi escolhida, mas a intenção é manter sempre a estrutura original do templo.
A Capela São Brás possui cerca de 300 famílias cadastradas como dizimistas. As missas são celebradas duas vezes por mês e, nos demais finais de semana, são ministrados cultos pelo diácono.
O CPC está convidando a comunidade a prestigiar a costela em fogo de chão. Os recursos serão aplicados nas obras de restauração interna da capela. O cartão custará R$20,00 e está à venda com os membros do Conselho Pastoral Comunitário. São esperadas em torno de 250 pessoas para o almoço. O evento acontecerá no salão, logo após a missa da manhã. "Esperamos a participação de toda a comunidade", finaliza Andréia.
Resgate da história
Em 2003, a moradora do bairro, Luciana Nagel, iniciou um trabalho de resgate da história da capela São Brás. Ela vasculhou documentos e ouviu o relato dos moradores mais antigos.
O documento final traz informações precisas de datas, nomes de pessoas e até valores investidos na construção da igreja e arrecadados em festas. A pesquisa foi publicada no jornal da Diocese e utilizada em um trabalho com os alunos da escola Mário Pederneiras, localizada no bairro. Nestas conversas, Luciana descobriu que a primeira igreja não foi construída no atual endereço, na Estrada Geral do Lagoa. A pequena edificação em madeira foi erguida em meados da década de 1940, nas terras cedidas pelo morador Pedro Genuário, na margem da rodovia BR-470. Antes, porém, as missas eram celebradas na propriedade do agricultor Antônio Morbin, no município vizinho de Ilhota. As famílias seguiam a pé ou de carroça para acompanhar as celebrações de Frei Jacinto.
Em 1947, os moradores decidiram trazer a igreja para mais perto do bairro. Segundo relato, cerca de 80 pessoas ajudaram na construção do templo em madeira no terreno doado pelo agricultor Bube Lange. Apenas o altar era fechado. O restante do espaço ficava sob um "puxado" erguido com toras de madeira e coberto com telhas de amianto.
Os bancos foram feitos pelos próprios moradores. Na época, a expressão usada para quem participava da diretoria do CPC era "fabriqueiros". Os primeiros foram o presidente José Muller, o tesoureiro, Olímpio Venturi e os suplentes José Alves dos Santos, João dos Santos e Baltazar Venturini. A principal festa religiosa acontecia no mês de agosto e homenageava a todos os santos e santas. A padroeira era Santa Rosa de Lima, mas havia certa indefinição. Mais tarde, a comunidade decidiu por São Brás.
A imagem do padroeiro foi doada pelo tesoureiro Olímpio Venturi. Em 1955, na primeira obra de ampliação, toda a área lateral da igreja foi fechada com paredes e construída a cozinha. O dinheiro foi arrecadado em uma festa. A diretoria também comprou a cruz das missões dos padres passionistas.
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