Animais nas ruas são uma ameaça à saúde pública
Animais nas ruas são uma ameaça à saúde pública
A Assofauna - Associação dos Revendedores de Produtos, Prestadores de Serivços e Defesa Destinados ao Uso Animal - calcula que 63% das famílias brasileiras de classe A e B possuem animais de estimação e os consideram como membros da família. Este número passa para 64% quando se trata da classe C. O privilégio de um lar não é para qualquer animal. Nas ruas existe uma enorme população de animais abandonados, o que se tornou um caso de saúde pública.
Proprietário da única clínica veterinária de Gaspar, na Rua Luiz Franzoi, no bairro Margem Esquerda, o médico veterinário, Osnir Giovanella, diz que animais que perambulam pelas ruas podem transmitir diversas doenças para o homem. Além disso, podem provocar um acidente de carro ou de moto com conseqüências graves, além de ameaçar a segurança de crianças. “Acho que deveria haver um alojamento para estes animais em Gaspar”, observa Giovanella. Porém, ele alerta que este local não deve ter como fim o sacrifício de animais sem dono. “Os bichos devem ser cuidados e preparados para adoção”. O médico veterinário conta que recolhe de dois a três animais por semana em sua clínica e recebe, diariamente, telefonemas de pessoas informando da existência de animais abandonados nas ruas de Gaspar ou que foram vítimas de acidentes. “Na medida do possível acolho os animais na clínica até porque salvar as suas vidas faz parte do meu trabalho, porém, em muitos casos, a situação é irreversível”, conta Giovanella. Ele sempre tem de dois a três cães para adoção na clínica. Os interessados podem entrar em contato pelo telefone 3332-1258.
“Vida de cão”
Mas a “vida de cão” não é pra todos. Animais de raça, com pêlo sedoso, brilhante e cheiroso são cada vez mais comuns. É o fenômeno da humanização dos animais de estimação. Este fato tem acelerado o crescimento do mercado de clínicas, agropecuárias, pet shops e toda uma infinidade de serviços exclusivos para os bichinhos. Na Clínica Veterinária de Gaspar, Osnir Giovanella dispõe de 32 canis e, muitas vezes, o espaço é insuficiente para a demanda. A clínica é especializada em cães e gatos, mas não deixa de atender a outros animais, como pássaros, macacos e até répteis. Há, ainda, uma sala de cirurgias e outra para banho e tosa dos bichinhos. Outro serviço oferecido é o de hospedagem. “Em janeiro e fevereiro cresce o número de pessoas que procuram a clínica para deixar seus animais de estimação enquanto saem de férias”, revela Giovanella.
Para o veterinário, o brasileiro se preocupa pouco com a saúde dos animais e não segue, com rigor, o cronograma de vacinação que começa quando o animal completa 45 dias de vida, no caso de cães e gatos. “Há 20 anos se vacinava contra três doenças, hoje são mais de dez vacinas”, observa Giovanella. A raiva, doença mais conhecida entre os animais de estimação, está erradicada no Brasil, mas todos os bichos precisam ser vacinados. Outro erro apontado pelo veterinário é a compra de vacinas em agropecuárias ou pet shops. “Nestes locais não existe a exigência de veterinário, por isso a maioria comercializa as vacinas nacionais cujo efeito imunizador é bem inferior ao de uma vacina importada”, explica Giovanella. Ainda segundo ele, as vacinas importadas ou éticas, como são conhecidas no meio, são comercializadas por grandes laboratórios apenas para veterinários.
Vai comprar um animal de estimação?
- Se o filhote for comprado em exposição, verifique a ficha de vacinação do animal para saber se ele lhe foi aplicada a primeira vacina.
- Se for um animal de porte maior, tenha o cuidado de disponibilizar uma grande área para que ele não precise permanecer preso.
- Se for um animal feroz, cuide para que ele não tenha acesso à rua ou quando isto acontecer, leve o animal preso a uma corrente e com focinheira. Crie a estrutura adequada antes da compra do filhote.
- Leve a sério a parte sanitária porque algumas doenças atingem diretamente o homem, principalmente crianças.
- Animais criados dentro de casa devem ter sempre uma boa higienização.
- Observe os períodos de cio da fêmea, que acontece a cada seis meses, e aplique o anticoncepcional. Outra solução é fazer a castração da fêmea. Fêmeas castradas têm vida mais longa porque o uso prolongado do anticoncepcional faz surgir algumas doenças nos animais. (dicas do médico veterinário Osnir Giovanella).
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