Ismael e Oscar ainda precisam de ajuda

Desde que Dona Hilma Pereira Ingetroin expôs nas páginas do Jornal Metas o drama vivido ao lado de seus dois netos, Ismael, de 14 anos, e Oscar, de 9 anos, muita coisa mudou. Veio gente de todos os cantos da cidade para ajudar a senhora que cuida dos meninos que foram acometidos de paralisia cerebral durante o parto.
A casa precisava de reparos no telhado, pois chovia em praticamente todos os cômodos da pequena residência, localizada no número 2.270 de uma serventia da Rua Pedro Simon, no bairro Margem Esquerda. Telhas de amianto e canos de PVC foram doados. As pessoas também doaram alimentos, fraldas e medicamentos para os curativos que precisam ser feitos diariamente em um dos meninos que tem uma sonda presa a barriga. Até uma televisão de plasma foi doada. Da cama, onde sai muito pouco, Ismael assiste filmes e desenhos.
Porém, as dificuldades continuam. Além de cuidar dos netos, Hilma ainda precisa dar atenção ao marido, Germano Odeli, que sofre de uma doença conhecida como Mal de Parkinson.
Para Dona Hilma, todos esses desafios são uma provação de Deus. Religiosa ao extremo - é membro da Igreja Evangélica Assembleia de Deus - ela se apega à fé para cuidar dos netos.  Faz isto há seis anos sem se queixar da vida. A mãe, Luciana, que mora numa casa ao lado, também ajuda, porém tem outros quatro filhos para cuidar. Sempre que pode, ela vem visitar os meninos e ajudar a avó nos cuidados.
Apesar de querer muito ter os filhos consigo, a guarda deles foi concedida aos avós em função das condições precárias da casa em que ela vive atualmente. Assim como a mãe, os outros irmãos vêm sempre visitá-los. Segundo a avó, eles se amam muito, são muito carinhosos e estão sempre na companhia uns dos outros.
Dona Hilma é incansável nos cuidados com os netos. Recentemente, Ismael - o mais velho - precisou passar por uma cirurgia para a colocação de uma sonda, que deveria auxiliá-lo em sua nutrição. “O menino comia normalmente, mas não ganhava peso. Então, a pedido da Apae, os médicos decidiram colocar a sonda”, explica a avó. Desde então, ele fica em uma maca, e recebe uma alimentação específica, doada pelo governo. Hilma troca os curativos de Ismael, dá banho e fica o tempo todo cuidando dos dois. O mais novo se alimenta normalmente, vai às aulas na Apae, levado em cadeiras de rodas.
 

Dificuldades

Dona Hilma enfrenta outras dificuldades. Os salários dela e do marido não são suficientes para atender às necessidades dos netos. Por isso as doações são importantes. “Precisamos de muita fralda e micropore para poder trocar os curativos”, diz. Os meninos usam fraldas nos tamanhos grande e extra grande.
Outro problema são os medicamentos que eles precisam tomar e que dona Hilma nunca consegue nos postos de saúde do município. “Eles nunca têm o medicamento. Já estou até com dívida na farmácia, porque acabei comprando, mas não ganho o suficiente pra pagar tudo isso”, desabafa.
A casa também continua precisando de reparos. Hilma lamenta que ninguém tenha vindo ajudar o casal a arrumar o telhado. “Preciso de um carpinteiro para trocar o telhado. Cada vez que chove forte, a casa fica toda inundada”, desabafa. Como já tem uma idade avançada e está doente, Germano não pode fazer a troca do telhado. “Se houvesse pessoas que possam vir ajudar, ficaríamos livres desse problema”, diz Germano. Da última vez que choveu forte, foram retirados mais de 80 baldes de água de dentro de casa.
Há pouco mais de uma semana, os meninos começaram a receber a visita de um fisioterapeuta, fornecido pela prefeitura, duas vezes na semana. “Estávamos há mais de seis meses esperando vir o fisioterapeuta. Agora, finalmente, os meninos estão sendo atendidos no que precisam”, diz dona Hilma.
Ainda assim, a família recebe bálsamos de alegria e solidariedade. No Dia das Crianças, mais de 30 pessoas se reuniram na casa de dona Hilma, todos fieis da igreja Assembleia de Deus. O grupo foi para orar pelos meninos e levou muita alegria a carinho para a família. “Eles ficaram muito contentes com a surpresa”, conta dona Hilma.
Quem se sensibiliza com a história de luta desses irmãos, e quer aumentar a força desse amor, pode procurar a família na Rua Pedro Simon, número 2270. Ou ainda entrar em contato pelo telefone 3332-6368.