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(Fotos: Jornal Metas)
Gasparense marcou a vida social e esportiva de muita gente
Há quase cinquenta anos, o Coloninha é o bairro sede da Sociedade Gasparense Esporte Clube. A história deste simpático clube começou alguns anos antes, no Gasparinho, quando amigos reuniam-se para jogar futebol. Na época, o nome era Bandeirante. O time, que era praticamente formado por membros da família Schramm cresceu e ganhou o primeiro ginásio onde atualmente é o Clube Cruzeirinho, num terreno doado pela família Dagnoni. Ali, o time passou a chamar-se Gasparense.
A patota ganhou admiradores e destaque no futebol da cidade. O Gasparense foi convidado a disputar o Campeonato Regional de Futebol em Blumenau. Como o campo do clube não comportava a grande torcida, os homens de frente da Sociedade fizeram um acordo com o Tupi, para usarem o seu campo, que na época era pouco utilizado. E foi lá, dentro dos domínios do Tupi, que o Gasparense ganhou o seu primeiro título regional.
No ano seguinte, o time foi convidado a disputar a Taça Centenário de Jaraguá do Sul, porém, a parceria com o Tupi acabou. “Neste ano, o Tupi já havia retomado as suas atividades e tivemos que arrumar outro lugar para jogar”, relembra Claudir Schramm, descendente da família sócio- fundadora e membro da atual diretoria do clube. Nascia ali, uma grande rivalidade entre os dois clubes do Coloninha.
Assim, encabeçados por Célio Bornhausen - o “pilar” do clube, como define Claudir - os gasparenses construíram a sua sede oficial, na Rua Arnoldo Koch. O terreno foi doado por Hilbert Gaetner e a Prefeitura ajudou aterrando a área.
O clube ganhou a sede e também a taça dos jaraguaenses daquele ano. “Toda a estrutura foi erguida em mutirões pelos próprios sócios”, conta Claudir. De fato, fotos da época mostram a comunidade em um grande de mutirão na construção da sede. Uma grande festa foi organizada para comemorar a inauguração da sede. Claudir conta que sempre frequentou o Gasparense, como torcedor, como jogador e como sócio do clube que, em seus tempos áureos, chegou a ter 650 associados. Hoje, o número não passa de 100, dos quais 30 são sócio-fundadores.
Conforme o Gasparense participava de competições, crescia a rivalidade com o Tupi. “Em dia de clássico entre Gasparense e Tupi, a cidade parava”, relembra Claudir. A diferença entre os clubes, segundo ele, era que o Tupi representava a elite da cidade, ou seja, os moradores do Centro; o Gasparense era o time e o clube do povo, ou seja, da periferia. “Vinha gente de todos os bairros para torcer pelo Gasparense”, afirma.
O dirigente conta que a rivalidade era ferrenha e, até hoje, alguns membros mais antigos do Gasparense não aceitam nem usam a cor verde, porque remete ao rival do Coloninha. Hoje, a Sociedade - que começou sua história por causa do futebol - não tem mais time próprio e a rivalidade entre os clubes está apenas na lembrança dos mais saudosos. O que existe hoje é o time Sênior Gaspar que joga em sábados alternados no campo (leia box), além das tradicionais patotas que alugam o espaço durante a semana.
O time de futebol do Gasparense era muito bom, garante Claudir, mas acabou porque o futebol exige um aporte financeiro muito grande. “É muita despesa, não vale à pena”, pondera o diretor. Durante muitos anos, enquanto seu Osmar de Souza, o Marsinho, era vivo, o clube mantinha uma escolinha de futebol para 200 crianças e adolescentes.
Depois da morte do seu Marsinho, a escolinha encerrou suas atividades. Houve também o “Projeto Basquete”, sob a coordenação de Marcelo Schramm e patrocínio da Ceval e Lince. A escolinha formou muitos atletas que foram jogar em outros estados. Infelizmente, boa parte dos troféus conquistados e da história registrada em fotografias e arquivos do Gasparense se perdeu nas enchentes de 1983 e 1984. Pouca coisa pôde ser resgatada. Mas, o principal ficou na memória dos membros antigos e de toda a cidade de Gaspar que não esquece os domingos de clássico no Coloninha e as festas na sede social.
Presidência
Atualmente, quem administra o clube é Alfonso Amaral, responsável pelo Gasparense há 16 anos. A sede da Sociedade possui uma ampla estrutura, com duas quadras de futebol suíço, um ginásio, uma quadra coberta de futebol sintético e o salão principal para festas.
O clube se mantém com o aluguel destes espaços para patotas que jogam futebol durante a semana. A agenda está sempre cheia e o clube continua sendo frequentado por moradores de toda a cidade. A atual diretoria está realizando reformas na estrutura, para modernizá-lo e deixá-lo mais bonito. Claudir diz que, futuramente, a ideia é criar uma ampla estrutura com playground e piscinas para toda a família.
Time Sênior mantém a tradição do futebol no Gasparense
Fundado em 4 de julho de 1987, o Sênior Gaspa manda seus amistosos no campo da Sociedade Gasparense. O time reúne atletas veteranos (35 a 55 anos) do futebol da cidade. Muitos disputaram campeonatos de ligas amadoras da cidade e região. Com a meta de fazer amigos, o grupo sempre realiza uma confraternização após as partidas na sede do Gasparense. “Nós vamos a uma cidade para jogar e a equipe local fica responsável por oferecer a janta à nossa equipe, assim se faz quando o jogo é no Gasparense”, diz o presidente Juliano Zunino, o Galego. O time joga em cidades como Pomerode, Itajaí, Blumenau e Navegantes.
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