Por mais Jussaras na nossa educação

 Venho de uma família de educadores que só me enchem de orgulho: mãe, pai, irmã, tias, primas, a lista é extensa. Quando eu tinha uns 5/6 anos, geralmente acompanhava minha mãe em suas admiráveis aulas: desde a preparação no mimeógrafo (para quem não é dessa época, foi um dos primeiros sistemas de cópias em série utilizados no ensino) do material que seria distribuído para as turmas, até a correção das provas e o jeito tão particular dela de ensinar, de acolher, de abraçar - senão em palavras era de afetos - cada um de seus alunos.  

 Minha mãe sempre foi imensamente amorosa com as turmas que acompanhou, era amiga, confidente, irmã mais velha. Tinha o dom de proteger, de amparar e de trazer pra perto sempre que o mundo se tornava incompreensível para seus pupilos. E esse amor pela educação foi sempre tão verdadeiro que até hoje, quando encontro pessoas que tiveram a minha mãe como referência não somente em sala de aula, mas como ser humano que era, só ouço elogios embargados de muita saudade. Lindo de ver.

 Fui surpreendida então com a história da Jussara Schmitz, professora da Escola Básica Frei Godofredo, em Gaspar, indicada ao prêmio Educador do Ano 2019, e pasmem: a única de Santa Catarina a concorrer ao título. Então, vamos eleger essa iniciativa e participar da votação usando a hashtag #EsseProjetoé10, em que o campeão ganhará (merecidamente) todos os holofotes hoje, dia 30 de setembro, após a análise dos projetos feita por uma seleção de jurados.

 O meu desejo mesmo Jussara, era te dar um abraço bem forte e dizer: "muito obrigada por não desistir", olhando nos teus olhos; mas, enquanto isso não acontece, eu quero que saiba que tenho um orgulho tamanho de dar visibilidade nesse seu feito. Você não só "costurou a matemática", mas a nossa esperança quando se trata de educar, formar, socializar.

 Mesmo que volta e meia sejamos surpreendidos com tantas notícias de desrespeito - dentro das salas de aula - justamente com aqueles que acreditam e lutam, com unhas e dentes na transformação, na educação como forma de construção do indivíduo, ainda assim, que jamais esqueçamos do tripé citado pelo filósofo Mário Sérgio Cortella quando diz que "educar nos novos tempos requer coragem, humildade e paciência".

 Não existe receita pronta, mas todo início começa com um passo e depois outro e outro, até o momento de todos caminharem, de mãos, na mesma direção. A meu ver, a construção de uma ideia é um processo que sempre exigirá o nosso olhar afetivo e atento diante daquilo que acreditamos, pois só assim um sonho consegue sair do papel para ter sentido na vida das pessoas. Reitero aqui as palavras da escritora Cora Coralina quando diz que: "feliz aquele que transfere o que sabe e aprende o que ensina".


Bibiana Benites

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