Algumas coisas só se aprendem errando; isso é parte da experiência de viver. Outras poderiam ter um resultado melhor se tivéssemos as dicas certas das pessoas certas nas horas certas. Dia desses lembrei de uma lista de "bons conselhos" publicada há alguns anos no site da revista Forbes e resolvi buscá-los novamente. Eram direcionados aos jovens de vinte e poucos anos, mas acredito que servem para várias gerações.
Um deles: não espere que lhe digam o que fazer. Temos visto pessoas de todas as idades com pouca iniciativa, guiadas por conceitos como "quando cheguei já estava assim" e "ninguém me pediu, por isso não fiz". Vale mais errar por fazer do que nunca arriscar. Penso que essa orientação é válida desde a infância, na execução das tarefas escolares, e deve seguir por toda a vida, até a aposentadoria, quando não teremos mais um chefe para orientar nossas ações.
Assumir a responsabilidade pelos próprios erros é outra dica da lista. Assumir e, mais do que isso, aprender com os erros é uma forma inteligente de amadurecer. Nada de permanecer na defensiva ou terceirizar a responsabilidade quando isso acontece. Se errou, reconheça. E trabalhe para acertar na próxima.
A internet é uma verdadeira maravilha. Mas a leitura de sites e redes sociais não pode substituir o hábito de ler livros. Qual a profundidade de 140 caracteres? Excesso de informação pode ser inversamente proporcional a conhecimento. Quando você se dedica a um livro inteiro, impulsiona de maneira diferente habilidades como criatividade e reflexão. A mensagem instantânea se esvai na mesma velocidade. Uma boa história permanece na memória e será acessada em momentos importantes da sua vida.
Foque no seu objetivo. Essa é uma dica matadora. Quando lá na adolescência escolhemos o curso para prestar no vestibular, qual era nossa meta? Ela pode sem problema nenhum ter mudado ao longo do tempo. Mas, como disse Sêneca, "nenhum vento sopra a favor de quem não sabe aonde ir". Se ao executar sua tarefa diária você não souber como ela importa no caminho até seu objetivo, vai ser difícil encontrar estímulo para continuar. E se até hoje você não sabe aonde quer chegar, sempre é tempo de descobrir. A próxima dica pode ajuda-lo:
Você deve ter ao menos três mentores profissionais. O ideal é que seja alguém do seu convívio. Mas, se não houver, fique de olho naqueles que lhe inspiram. Eu, por exemplo, sempre que posso, recorro a algo que li, vi ou ouvi de profissionais que admiro. Um é o sociólogo polonês Zygmunt Bauman, por pensar fora da caixa e provocar reflexões sobre o nosso tempo. Os outros dois tenho o privilégio de conhecer pessoalmente e ter algum contato eventual. Um é o economista Ricardo Amorim, a quem admiro pela capacidade de análise, pelo domínio das informações e pela interação com o público. O último é o jurista aposentado Ayres Brito, pela competência e personalidade que imprimiu em sua carreira.
Por último destaco "aproveite seu tempo". O tempo não é ilimitado, mesmo que pareça, quando temos 20 anos. Em resumo, devemos aproveitar as oportunidades que a vida nos oferece. E aí entra um pouco do que chamamos intuição. Quem nunca se arrependeu por ter deixado de fazer alguma coisa? Da próxima vez, não deixe passar. O tempo é uma riqueza não renovável.