População é a grande prejudicada

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A dificuldade em se chegar a um denominador comum na questão do transporte coletivo urbano de Gaspar só reforça a ideia de que contratos firmados a longo prazo acabam corroídos pela inflação e o prejuízo maior é sempre de quem precisa do serviço, no caso os usuários.
A prefeitura tem lá seus motivos para insistir que a empresa cumpra o contrato até o fim. Já a prestadora do serviço entende que chegou ao limite extremo do prejuízo e continuar neste modelo é arriscado. Aliás, nenhum empresário, em sã consciência e no meio de toda essa crise, manteria o seu negócio em funcionando no vermelho. Ou rompe o contrato ou busca soluções para equacionar o problema financeiro.
Acontece que no caso da empresa que detém o serviço de transporte coletivo em Gaspar, o contrato, firmado em 2002, foi sempre motivo de questionamentos na justiça por quem se sentiu prejudicado naquele momento. Agora que o contrato está acabando e veio mais uma decisão judicial favorável aos autores da ação, a própria empresa entende que brigar na Justiça não é o melhor caminho e ameaça encerrar o contrato antes do prazo. Essa pode ser uma boa estratégia para pressionar a Prefeitura a rever valores contratuais. Só não é uma boa estratégia para a população, que depende de um transporte coletivo eficiente para superar os obstáculos de um conturbado trânsito que parece piorar a cada dia.