A COP 30 e a urgência do planeta que agoniza

Por Kassiani Borges

Edição da semana 13/11/2025

A COP 30 (30ª Conferência das Partes da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima - UNFCCC) em Belém-PA se reveste de importância histórica por ser a primeira a ser realizada na Amazônia, um bioma crucial para a sobrevivência do planeta e que coloca o Brasil em uma posição de responsável por liderar as negociações para mudar a posição de alguns países que se negam a aceitar as mudanças climáticas.

As discussões globais sobre o clima são complexas, urgentes e se movem em um terreno argiloso de consenso científico sobre a gravidade da crise, mas com grandes controvérsias geopolíticas e econômicas sobre quem deve pagar a conta e como as responsabilidades serão divididas. O problema é que o tempo vai passando sem que nada se resolva. As decisões não ficam no campo das teses, dissertadas em milhares de documentos já produzidos nos últimos anos e de acordos assinados e não cumpridos pelos chefes das principais nações do mundo.

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O tom geral dos debates na COP30 é de urgência, especialmente porque a meta de limitar o aquecimento a 1,5ºC (o objetivo mais ambicioso do Acordo de Paris) está se tornando cada vez mais difícil de alcançar, com projeções de que o planeta pode ultrapassar esse limite nos próximos anos.

É preciso reduzir drasticamente as emissões de gases de efeito estufa (GEE), sendo o CO?(dióxido de carbono) resultante da queima de combustíveis fósseis o principal alvo. O desmatamento também é um grande emissor. A grande disputa, portanto, é sobre as Contribuições Nacionalmente Determinadas (NDCs). Os países precisam apresentar metas mais ambiciosas, mas há resistência, especialmente de grandes poluidores como a China (o maior poluidor global) e outros países que ainda dependem fortemente de combustíveis fósseis para seu desenvolvimento econômico.