O óbvio ululante
O “Óbvio Ululante” é uma expressão cunhada pelo genial jornalista e escritor Nelson Rodrigues e que virou título de um dos seus livros. No dicionário de Rodrigues, a expressão significa tudo aquilo que é tautológico, autoexplicativo, evidente por si mesmo; é o lugar-comum sem inventividade, sem acrescentar nada de novo. Trocando em miúdos: é a verdade que está na cara. Todavia, em alguns casos o óbvio ululante não serve, mesmo que se mostre por A mais B que há evidências incontestáveis. E olha que hoje, com toda a tecnologia existente está cada vez mais difícil negar o óbvio ululante, mas tem gente que ainda acha que pode inverter a ordem das coisas e criar as falsas verdades.
É óbvio ululante que o maior mal do Brasil é a corrupção, que se instalou em todas as esferas do poder e tem na classe política e gestores públicos seus mais dignos representantes. Isso nos parece claro e cristalino, mas não é quando se trata de tentar explicar decisões de bastidores. Há sempre uma nova tese.
E quando se diz que em política até elefante voa também não dá para desacreditar porque um enorme paquiderme voando pelas salas do poder pode passar desapercebido por aqueles que acham que é fácil enganar o povo.
