Rigor e disciplina pela qualidade do ensino
Escolas públicas, especialmente aquelas em áreas com maiores desafios socioeconômicos, enfrentam problemas de indisciplina e violência, física e psicológica. Pátios, corredores e banheiros tornaram-se áreas sem lei, onde alguns grupos de estudantes dominam. Isso prejudica o aprendizado e torna o ambiente de trabalho pesado para os professores e gestores. Não é o caso de Gaspar, mas as escolas e a própria comunidade sentem a necessidade de mais rigor na disciplina, mas o ponto de discordância é sobre como esse rigor deve ser aplicado. É verdade que a simples menção da palavra “militar” causa arrepios.
E quando o tema é levado para o ambiente escolar provoca resistências por toda a imagem repressora que o militarismo impôs ao país por duas décadas. No entanto, os tempos são outros e se existe um lugar onde a indisciplina é encarada como algo intolerável é dentro das Forças Armadas. A hierarquia está acima de qualquer outra coisa. Estamos, de fato, perdendo a hierarquia dentro das escolas, e isso é preocupante, pois compromete a qualidade do ensino. Gaspar não é uma cidade onde se verifica casos graves de indisciplina dentro das instituições de ensino, porém, nos parece bastante positivo que o modelo de escola cívico-militar seja adotado na escola Frei Godofredo.
A proposta traz regras claras, punição imediata e forte vigilância tanto interna quanto externa. A sensação de segurança será muito maior e todos ganham com esse tipo de modelo. A escola não pode ser um lugar de “terra de ninguém” e a presença de militares é a solução mais eficaz e rápida para restabelecer a ordem. A prioridade é garantir a segurança e o foco no ensino, mesmo que isso signifique menos tolerância ao comportamento disruptivo. É natural que os alunos, especialmente os adolescentes, vejam a presença militar com desconfiança ou até medo, principalmente se a cultura escolar anterior era mais flexível ou se eles associam essas figuras apenas ao controle de distúrbios ou à punição.
Portanto, o sucesso do modelo cívico-militar depende de sua capacidade de resignificar a figura do militar dentro da escola, mostrando aos estudantes o valor da presença deles no ambiente escolar. Na verdade, eles não estarão lá para prender ou reprimir, mas sim para monitorar, orientar e dissimular conceitos de civismo, que foram perdidos em alguma momento da noss história recente.