Primeiro natal foi celebrado em 336 D.C

Por Kassiani Borges

Edição da semana 18/12/2025

Em 25 de dezembro de 336, em Roma, ocorreu a primeira celebração de Natal. Os cristãos já realizavam seus cultos abertamente desde 313 com a liberdade concedida pelo Edito de Milão. Pouco tempo depois, o papa Júlio I (pontificado de 337 a 352) formalizou o 25 de Dezembro como Natal, o nascimento de Jesus.

A data ficou inicialmente, restrita aos cristãos de Roma. Com a oficialização do cristianismo em 380, pelo Edito de Tessalônica, de Teodósio, o Natal tornou-se comemoração do Império Romano. Aos poucos, as comunidades cristãs do Oriente adotaram o 25 de dezembro como data do Natal: Constantinopla e Capadócia, em 380, Antioquia, em 386, Alexandria, em 432, Jerusalém, em 439.

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No ano de 449, o Papa Leão I oficializou 25 de dezembro para comemorar o nascimento de Jesus como uma das principais festas da Igreja Católica. Finalmente, em 529, o imperador Justiniano, do Império Romano do Oriente, declarou a data feriado oficial do império. Foi por essa época, também, a escolha do domingo, o Dies Solis como Dies Dominicus, Dia do Senhor. A escolha do domingo se deu pelo fato de Jesus ter ressuscitado no primeiro dia da semana, aquele dedicado ao sol, o Dies Solis.

O domingo, Dia do Senhor, foi declarado dia obrigatório de descanso para disputas legais, para negócios e cobrança de dívidas, ordenando que aqueles que não cumprissem o edital fossem considerados sacrílegos (profanadores). Por que 25 de Dezembro? A data real do nascimento de Jesus é desconhecida e os Evangelhos são reticentes a respeito. Em Lucas há um indício quando o evangelista descreve a noite do nascimento de Jesus: “Nos arredores, havia uns pastores que pernoitavam nos campos, montando guarda a seu rebanho” (Lucas 2: 8). É improvável que os pastores pudessem dormir ao relento em pleno inverno (como ocorre em dezembro, no hemisfério norte).

Isso só poderia ocorrer na primavera, quando os cordeiros nascem. Isso poderia ser em meados de março ou inicio de abril. A falta de interesse dos evangelistas em datar o nascimento de Jesus pode ser explicada pelo fato que, na época, a data de concepção era muito mais significativa, mesmo em termos astrológicos, do que a data de nascimento. Assim, no caso de Jesus, a data de concepção – momento em que o “Verbo se fez carne” – ganhou preeminência teológica. Daí a importância da celebração da Anunciação (25 de março, no calendário gregoriano, e 7 de abril, no calendário juliano usado pelas igrejas ortodoxas).

Joelza Ester Domingues
Fontes: Site Ensinando História