Liderança na era da transformação: o desafio das organizações do futuro

Por Kassiani Borges

Edição da semana 25/09/2025

Conectar estratégia, cultura e inovação tornou-se fundamental para as empresas superarem os desafios gerados pela aceleração e volume da troca de informações. Hoje, líderes bem preparados são aqueles que se tornam agentes de transformação por meio da influência social, capazes de conectar pessoas à estratégia utilizando a cultura corporativa como ferramenta de gestão.

A afirmação atribuída a Peter Drucker de que “a cultura engole a estratégia no café da manhã” nunca foi tão verdadeira. Se a cultura não estiver alinhada com a estratégia, os comportamentos e valores dos colaboradores, que são a essência da empresa, colocam tudo a perder. É por isso que o treinamento de líderes deve ser constante e se atualizar conforme os modelos de negócio evoluem.

De acordo com estudo do World Economic Forum1, à medida que automação e mudanças climáticas transformam os modelos de negócio, cresce a demanda por competências como liderança, influência social e resiliência - habilidades essenciais para que as organizações possam se adaptar e prosperar. No entanto, a realidade mostra que ainda há um grande caminho a percorrer. Segundo a consultoria DDI (Development Dimensions International)2, apenas 20% das empresas declararam ter um grupo de líderes forte e preparado para o futuro. Na América Latina e no Caribe, o movimento das corporações já começa a ser refletida no mercado regional de treinamento corporativo, avaliado em US$ 23,2 bilhões em 2024, mas com expectativa de quase dobrar até 20333.

Segundo a Harvard Business School Online4, líderes preparados não apenas executam planos, mas traduzem a cultura organizacional e alinham as decisões de negócios aos valores da empresa, fator crítico para garantir resultados sustentáveis no longo prazo. Outro aspecto essencial é a preparação das organizações para contextos incertos. Um levantamento da Manage HR Magazine5 sobre tendências emergentes na América Latina mostra que líderes resilientes e adaptáveis serão cada vez mais indispensáveis para lidar com a volatilidade econômica e política da região.

Por fim, há o desafio de atrair e reter talentos. Investir em liderança gera impactos mensuráveis: a Deloitte6 aponta que empresas com programas estruturados de desenvolvimento de líderes apresentam um turnover 25% menor. Além disso, a Gallup7 evidencia que a qualidade da liderança é responsável por 70% da variação no nível de engajamento ou desengajamento dos colaboradores, indicador diretamente ligado à produtividade e à lucratividade.

Santiago Garcia Lopez
Diretor Sênior de Recursos Humanos da Samsung América Latina