Campanha pede inclusão de medicamentos contra obesidade no SUS
A Sbem lançou campanha pela inclusão de medicamentos contra a obesidade no SUS, com apoio de diversas entidades médicas. A doença atinge 31% dos adultos brasileiros e gera altos custos ao sistema de saúde.
A Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (Sbem) lançou, nesta semana, uma campanha nacional pela inclusão de medicamentos para obesidade no Sistema Único de Saúde (SUS). A iniciativa conta com o apoio de entidades como a Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade (Abeso), a Sociedade Brasileira de Diabetes (SBD), a Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC) e a Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo).
O que pede a campanha
Segundo a Sbem, o objetivo é mobilizar a sociedade e sensibilizar autoridades para garantir acesso gratuito a tratamentos adequados, sobretudo medicamentosos, na rede pública.
A obesidade é reconhecida pela Organização Mundial da Saúde (OMS) como doença crônica multifatorial, mas segue sem qualquer fármaco incorporado ao SUS — nem mesmo os agonistas GLP-1, conhecidos como “canetas emagrecedoras”.
Nos últimos cinco anos, quatro medicamentos tiveram a incorporação negada pela Conitec: orlistate, sibutramina, liraglutida e semaglutida.
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Dados preocupantes
De acordo com o Atlas Mundial da Obesidade 2025, da Federação Mundial da Obesidade (WOF), 31% dos adultos brasileiros têm obesidade e 68% apresentam sobrepeso. Isso significa que quase sete em cada dez vivem com excesso de peso.
As projeções indicam que, se nada mudar, até 2044 quase metade da população adulta brasileira (48%) poderá estar obesa.
O relatório mostra ainda que mais de 60 mil mortes prematuras por ano no Brasil estão ligadas ao sobrepeso e à obesidade, principalmente pela associação com diabetes tipo 2 e acidente vascular cerebral (AVC).
Custos para o sistema de saúde
Um estudo da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) estima que, entre 2021 e 2030, os custos diretos ao SUS com doenças associadas à obesidade podem chegar a US$ 1,8 bilhão. Já as perdas indiretas, como anos de vida produtiva, podem ultrapassar US$ 20 bilhões.