Missão cumprida no AM

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O casal Teixeira sempre foi muito atuante na Igreja Católica da sua comunidade - FOTO KÁSSIA DALMAGRO - JORNAL METAS

Depois de quase um ano em missão evangelizadora no Amazonas (AM), José Teixeira, 61 anos, e Izabel Teixeira, 54, estão, novamente, em casa. E foi na residência do casal, no bairro Pocinho, em Ilhota, que eles receberam a equipe do Jornal Metas para compartilhar as experiências vividas em Humaitá. Eles partiram no dia 5 de fevereiro de 2019 e retornaram para casa em janeiro deste ano. Porém, José mal chegou e já embarcou em outra jornada - desta vez, bem mais curta - 15 dias em Rio dos Cedros para completar a oitava fase da Escola Diaconal. Somente nesta semana é que o casal está conseguindo retomar a rotina.

Assim que chegaram em Humaitá, no começo do ano passado, José e Isabel permaneceram, durante uma semana, na casa do bispo Dom Francisco. Foi ali que começou a preparação do casal para os trabalhos de evangelização. Junto deles, outros 21 voluntários de sete países diferentes fizeram um curso para conhecer a realidade das comunidades onde iriam atuar. O casal de Ilhota foi designado para a missão na Paróquia Santa Luzia, no Distrito de Santo Antônio do Matupi (região conhecida como Km 180), na cidade de Manicoré. Para chegar ao destino, foram 180Km percorridos em estrada de chão, mais uma viagem de dois dias pelo Rio Madeira. A cada 10 dias, eles eram auxiliados pelo padre Peter, um indiano que também estava lá em missão.

"Nosso trabalho era visitar as famílias, benzer os fiéis e levar a eles apoio espiritual. Também fomos responsáveis por dar formação a catequistas", recorda Isabel. Ela explica que, há dois anos, duas Irmãs que atuavam na paróquia morreram em um acidente de carro e, desde então, as comunidades estavam sem a presença da igreja em suas vidas. "As famílias estavam muito carentes na parte espiritual e muito tristes pela perda das Irmãs. Então fomos levar a elas um pouco de conforto e amenizar esse sofrimento", diz.

Muito distante das grandes cidades, o distrito onde José e Isabel atuaram era bastante precário em infraestrutura. "É um local abandonado pelos governos. Não se tem, por exemplo, um hospital na cidade, somente um posto de saúde. Então, as mulheres, quando ficam grávidas, precisam ir a Humaitá um mês antes do nascimento do filho, sem saber quando poderão voltar para casa", afirma Isabel. Durante a semana, o casal atuava na paróquia e, aos fins de semana, trabalhavam nas comunidades.

"É um local abandonado pelos governos. Não se tem, por exemplo, um hospital na cidade, somente um posto de saúde. Então, as mulheres, quando ficam grávidas, precisam ir a Humaitá um mês antes do nascimento do filho".

Isabel Texeira

 A situação era ainda mais grave nas cidades ribeirinhas. "Lá, vive-se com muito pouco. E é exatamente está a grande lição que trazemos conosco após essa missão. Aprendemos que é possível viver com pouco e, mesmo assim, ser feliz", emociona-se José. Algo que também chamou muito a atenção do casal foi a união entre as pessoas. "Lá, eles fazem tudo em partilha. Por exemplo, se haveria uma comunhão, a festa era uma só, e não individual, como acontece aqui. Eles estão sempre ajudando um ao outro e este é mais um ensinamento que trouxemos na mala: ter mais carinho e olhar com mais atenção para nossos familiares e amigos", ensina.

O casal ainda não sabe quais serão os próximos passos, mas garantem estar preparados para uma nova missão. "Estamos com o coração aberto. Foi uma experiência muito gratificante", afirmam.

Tanto José quanto Isabel sempre foram envolvidos com a comunidade religiosa. Enquanto residiam em Blumenau, atuavam na Paróquia Nossa Senhora da Glória. Em 1997, quando mudaram-se para Ilhota, passaram a atuar na paróquia de mesmo nome, porém no novo município, onde integram a Pastoral Familiar. Outro trabalho são as escutas terapêuticas, realizadas no Centro de Recuperação Mosteiro da Ressurreição.

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O trabalho rendeu ao casal boas histórias e lições de vida - FOTO DIVULGAÇÃO