Da captação às torneiras

Antes de chegar às residências, a água passa por um rigoroso processo de tratamento

Por

As pessoas não imaginam o caminho que a água precisa percorrer até chegar as nossas torneiras. Captada de rios, ribeirões, lagos, lagoas ou poços artesianos, e transformada em potável, o líquido passa por um rigoroso processo de tratamento para a eliminação de resíduos que podem causar doenças cada vez mais comuns.

Considerada excelente no passado, a água dos mananciais da Bacia Hidrográfica do Itajaí começou a perder qualidade por fatores externos como as ocupações desordenadas das margens, as intervenções do homem no meio ambiente, a poluição doméstica e as atividades agrícola e industrial. 

Em Gaspar, o Samae - Serviço Autônomo Municipal de Água e Esgoto - trata aproximadamente 400 mil m³ de água por mês.  Segundo o assessor administrativo da autarquia, Aldo Avosani, o custo para tratar todo esse volume varia de acordo com a turbidez e pH. "Quanto maior a turbidez e pH da água bruta, mais produtos químicos precisarão ser adicionados ao tratamento", explica. Trocando em miúdos: quanto mais suja a água, mais caro se torna adequá-la ao consumo humano. Hoje, revela Avosani, o Samae gasta, em média, R$ 3,02 por metro cúbico para captar, tratar e distribuir água potável em Gaspar. 

Este custo pode variar de uma estação para outra. Nas ETA`s abastecidas pelo Itajaí-Açu e ribeirões, o processo de tratamento é completo. Já na ETA VI, no bairro Macuco, onde a água é captada de um poço artesiano, são adicionados apenas flúor e cloro, pulando-se as etapas de floculação, decantação e filtração. 

Já na ETA IV, no Bateias, os níveis de contaminação são menores, de acordo com o último Relatório Anual da Qualidade da Água, divulgado em 2014, pelo Samae. Isto porque a água é captada de um ribeirão que corre em Área de Preservação Permanente (APP) - ou seja, a mata ciliar é preservada e não existem residências próximas. 

A maior estação
Para entender como é o processo de tratamento da água, a reportagem foi até a maior Estação de Tratamento de Água do Samae, instalada no Morro da igreja São Pedro Apóstolo. A ETA I abastece nove bairros, o equivalente a 70% da população. A captação é feita no Itajaí-Açu. As explicações foram da engenheira química Diane Rodrigues Silveira, responsável técnica e gerente de tratamento das cinco estações da cidade.

------

Você sabia?
- O Samae trata aproximadamente 400.000 m³ de água por mês;
- A água distribuída à população é captada do rio Itajaí-Açu, dos ribeirões Belchior e Bateias e de um poço artesiano no bairro Macuco;
- O tratamento é realizado em cinco ETA`s: Centro (ETA I), Bela Vista (II), Bateias (IV), Belchior Alto (V) e Macuco (VI). A ETA III, no Belchior Baixo, foi desativada em 2000; 
- O consumo médio mensal de água tratada na cidade de Gaspar é de 280.000 m³.

-----