Confira a coluna PoderSC 'Leite em SC'
A vinda do governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB), a Santa Catarina na última semana encaminha a disputa direta do gaúcho contra o governador paulista João Doria nas prévias pela candidatura tucana à presidência da República. A presença do ex-senador Arthur Virgílio (AM) e do senador Tasso Jereissati (CE) na corrida - este último retirou o nome e declarou apoio a Leite - serviu apenas para engrossar o caldo de um partido dividido entre o governador gaúcho e o paulista. No Estado e no Brasil, Leite sai na frente. Em Santa Catarina, boa parte do diretório manifestou a preferência pelo gaúcho, o que desagradou a ala mais ligada a Doria (especialmente o ex-senador Paulo Bauer). Sem unanimidade, a sigla tenta aparar as arestas. "Não tem divisão. Se ganhar o Leite, vamos convocar todos para trabalhar por ele. Se ganhar o Doria, a mesma coisa", disse o deputado estadual Marcos Vieira, que apoia o gaúcho, mas afasta rachaduras. O próprio Leite sinaliza pela unidade: "O candidato do PSDB deve ser aquele que tenha mais capacidade de agregar forças", disse. As prévias estão marcadas para 21 de novembro.
? No cenário interno do tucanato brasileiro, Leite ganha força e terá prévias com critérios que o favorecem, como o peso de voto maior para os caciques. O gaúcho tem apoio inclusive de lideranças paulistas, terra do principal concorrente.
? Na Capital, Eduardo Leite usou discurso mais ameno do que Doria quando esteve aqui. Enquanto o paulista ataca Lula e Bolsonaro ao mesmo tempo, o gaúcho diz que quer "atacar os problemas e não as pessoas" e que "não é uma candidatura 'anti um' ou 'anti outro', mas a favor do projeto".
? Após o anúncio - depois desmentido - de que Antídio Lunelli seria o candidato ao governo pelo MDB em 2022, a cena esfriou na sigla. As reuniões marcadas para esta semana com a executiva e com a bancada estadual foram adiadas.
Título de Lula
Cresceu na Alesc a pressão pela revogação do título de cidadão catarinense dado ao ex-presidente Lula nas últimas semanas. A ação vem, principalmente, dos bolsonaristas Sargento Lima (PL) e Ana Campagnolo (PSL) e é baseada nas condenações aplicadas contra ele. O projeto de revogação vem sendo arrastado há meses pelos petistas da Casa com medidas de protelamento. O líder do PT na Alesc, Fabiano da Luz, é categórico: como as sentenças contra Lula foram derrubadas, não há porque retirar o título. A queda de braço, aperitivo para 2022, vai longe.