Perícia investiga acidente com carga tóxica

Joinville decretou situação de emergência depois de derramamento de ácido sulfônico

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Após um caminhão carregado de ácido sulfônico (produto químico usado na fabricação de detergentes e desengraxantes para obtenção de espuma) tombar na rodovia estadual SC-418, na Serra Dona Francisca, em Joinville, nesta segunda-feira, dia 29, diversas medidas tiveram que ser tomadas tanto pelo município quanto pelo Estado. A prefeitura de Joinville, por exemplo, decretou Situação de Emergência e interrompeu a captação de água para evitar o recebimento do produto e a contaminação do sistema. A Situação de Emergência foi reconhecida pelo Governo Federal, que publicou a Portaria 410 em Edição Extra do Diário Oficial da União.
O abastecimento de água na cidade já foi reestabelecido e agora perícias estão sendo feitas para determinar a causa do acidente.



Entenda

O acidente com o caminhão aconteceu por volta 7h da segunda-feira, dia 29, após o motorista perder o controle do veículo e se chocar contra uma ribanceira. O primeiro atendimento foi realizado pela Polícia Rodoviária Militar, que interditou totalmente a pista. Atualmente o trecho segue em sistema “siga e pare”. O motorista do caminhão, um homem de 59 anos, foi resgatado no local do acidente com ferimentos pelo corpo, mas consciente. Ele foi encaminhado ao Hospital Municipal São José e recebeu alta hospitalar nesta terça-feira, 30.


MEDIDAS

Um gabinete de crise foi criado para evitar que o derramamento do produto causasse danos maiores ao meio ambiente e prejudicasse a população. Segundo o major Polícia Militar Ambiental de Santa Catarina (PMASC), Ruy Florêncio Teixeira Júnior, o produto possui baixa toxidade e a situação já está sendo controlada, por meio de uma empresa terceirizada contratada para realizar a limpeza do local. “Como qualquer produto químico ele tem algum grau de toxidade, mas a Polícia Militar Ambiental não identificou até o momento alguma mortandade de peixes ou animais relacionados ao vazamento”, explica. A PMA fez vistorias na Baía da Babitonga com duas embarcações. Até agora não foi identificado qualquer ponto na Baía com espuma, peixe e animais mortos ou qualquer vestígio material de que a substância tenha afetado de forma mais impactante o ambiente.
Os técnicos do Instituto do Meio Ambiente (IMA) estiveram no local monitorando a área e auxiliando os profissionais da empresa especializada em emergência ambiental contratada pelos responsáveis da carga. O trabalho se concentra na retirada das bombonas que atingiram a vegetação. A próxima etapa será a raspagem e limpeza de toda a vegetação que foi atingida pelo ácido sulfônico. O IMA já está estudando a melhor forma para a realização desse trabalho, que será executado pela empresa de emergência ambiental. Ainda não há a estimativa do volume total derramado.



PERÍCIA

Além das precauções ambientais também estão envolvidos nesse caso dois setores da Polícia Científica de Santa Catarina: Setor de Perícias Ambientais, que fará a análise das consequências ambientais do acidente com produto perigoso e possivelmente a valoração do dano ambiental; e Engenharia Forense, que fará perícia no caminhão envolvido no acidente. O veículo vai passar por uma inspeção mais detalhada na tentativa de identificar possíveis vestígios de falha mecânica ou de outra situação que tenha contribuído para a ocorrência do sinistro, além da análise dos dados contidos no tacógrafo.