Ponte é nomeada Boaventura Schmitt
Seu Cuca, como era conhecido, era o dono das terras
A última ponte da região central de Gaspar a ser nomeada passou a se chamar Boaventura José Schmitt. A Lei nº 2.479/2023, de autoria do Poder Executivo, e com indicação da vereadora Zilma Mônica Sansão Benevenutti (MDB) foi sancionada nesta segunda-feira (13) pelo prefeito Kleber Wan-Dall.
A ponte é, na verdade, um trecho da antiga estrada de ferro. Por isso, ela só permite a passagem de um veículo e num único sentido por vez. A passagem fica na Rua Hermínio Fachini, paralela à Rua Duque de Caxias. O terreno de aproximadamente 1.312m², que era da família Schmitt, foi desapropriado em setembro de 2021, para legalização da nomeação da ponte. Outras três pontes foram nomeadas, por lei municipal em 2022. A ponte sobre o Ribeirão Gaspar Mirim, entre o final da Rua Duque de Caxias e começo da Avenida das Comunidades, leva o nome de Adão Schmitt, avô de Cuca Schmitt. Já a travessia sobre o Ribeirão Gaspar Grande, entre o final da Rua Coronel Aristiliano Ramos e começo da Rua Dr. Nereu Ramos (próximo ao Posto do Julinho), recebeu a denominação de Ponte Júlio Zimmermann e a terceira travessia, que também fica sobre o Ribeirão Gaspar Mirim, ligando as ruas Itajaí e Coronel Aristiliano Ramos (próximo à Sociedade Alvorada) recebeu o nome de Afonso Hostins. A quinta ponte, ligando as ruas José Rafael Schmitt e Industrial José Beduschi, já havia sido nomeada há mais tempo Arno Genésio Schmitt. A ponte, reformada recentemente, está com uma das suas pistas interditadas por conta de um deslizamento de terra.
Quem foi Boaventura José Schmitt
O gasparense Boaventura José Schmitt, popularmente chamado de Cuca, nasceu em 14 de julho de 1918 e faleceu em 26 de julho de 1982. Era filho de Antonio Pedro Schmitt e de Maria Catarina Hostins Schmitt. Em 22 de abril de 1950 casou-se com Maria Malvina Soares Schmitt, nascida na localidade de Barranco Alto, em Ilhota. Dona Cucha, como era chamada, trabalhava em Blumenau como modelista e costureira da antiga Loja das Modas, hoje Lojas Flamingo. Desta união nasceram sete filhos: Maurilio (já falecido), Luis Roberto, Giovania, Luziana, Viviana (já falecida), Adilson Luís (ex-prefeito de Gaspar) e Mauricio José. Após longo e árduo trabalho como transportador em carroças, Boaventura adquiriu um caminhão que se tornou o transporte de fumo da Souza Cruz, em Blumenau, para os depósitos em Itajaí. Continuava também nas lidas com a produção de leite e plantio de cana de açúcar para a então Usina São Pedro, de Gaspar. Além do trabalho para o sustento da família e de seus pais, atuava nas atividades comunitárias. Muito religioso, ele foi um dos responsáveis pela construção da Igreja Matriz São Pedro onde, juntamente, com seu pai e a equipe do Frei Godofredo participaram da tarefa de construção da nova Igreja. Foi durante muitos anos colaborador nas festas organizadas pela Igreja Matriz nas datas religiosas, como a famosa Festa do Padroeiro São Pedro.
Na sociedade gasparense, participou com uma valorosa e dedicada equipe de honrados cidadãos da fundação, construção e manutenção da Sociedade Alvorada, situada na principal rua de Gaspar, a Coronel Aristiliano Ramos. Igual, novamente, com a vinda de Frei Godofredo participou da construção do Hospital Nossa Senhora do Perpétuo Socorro, onde foi um entusiasta e colaborador.
Como produtor de leite e agricultor participou da fundação e implantação do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Gaspar, hoje com mais de cinquenta anos de existência. Como produtor de leite e fornecedor, também participou da criação da Cooperativa de Leite Trevo, em Itajaí. Dedicou a sua amada esposa e companheira, Dona Cucha, toda a atenção e aos sete filhos decidiu. A morte levou-o muito cedo, aos 64 anos, num fulminante infarto.
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