Prefeitura de Ilhota enfrenta falta de médicos

Saúde em crise. Mesmo ofercendo salários de R$ 15 mil, não aparecem candidatos às vagas

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A Prefeitura de Ilhota enfrenta um problema que se tornou rotina na pandemia: a falta de profissionais para a área da Saúde. Soma-se a isso o fato de que no momento mais agudo da pandemia, as cirurgias eletivas e exames considerados de não urgência foram suspensos, o que gerou uma demanda reprimida que agora está sendo liberada, aos poucos, pela Secretaria de Estado da Saúde e Prefeituras. As filas de espera são inevitáveis.

Natasha de Souza, de 22 anos, descobriu, há pouco tempo que está grávida do segundo filho. Com dores abdominais, ela foi até a unidade central de saúde, que fica junto à Prefeitura. Lá, foi informada que deveria se dirigir ao posto de saúde do bairro onde mora, no caso o Minas. Na unidade de saúde, porém, Natasha descobriu que não havia médico. A enfermeira de plantão lhe deu um remédio para dor e agendou consulta para 12 de agosto. A jovem diz sofrer de um problema crônico de pressão alta e precisa se consultar antes. A tia, que a acompanhou, Rafaela de Oliveira Adão está indignada com a situação. Segundo ela, há mais ou mesno três meses a unidade de saúde está sem médico.

O secretário de Saúde do município, Lavino Miguel Nunes, admite a falta de médico no posto de saúde do bairro Minas e, também, na Pedra de Amolar e Baú Central. Segundo ele, já foram abertos três processos seletivos para médico a unidade de saúde, mas não apareceu nenhum candidato. "Nesta semana, vamos abrir um quarto processo seletivo para tentar contratar médicos para as três unidades de saúde", justificou Lavino. Sobre a paciente Natasha, o secretário diz que o correto é sempre passar primeiro pela triagem da enfermeira que faz a marcação dos exames, inclusive o de gravidez. "A gestante já vai para a consulta médica com todos os exames necessários para iniciar o pré-natal", explica Lavino. Todavia, ele observa que se a paciente apresentar algum problema de saúde mais grave, a Secretaria a encaminha direto para o médico. O secretário afirma ter conversado com a enfermeira responsável pelo posto e conseguiu antecipar a consulta para esta quarta-feira (28). O secretário lamentou a falta de médicos, mas esclarece que a contratação não depende apenas da Prefeitura. "Os profissionais precisam querer assumir, mas com a pandemia aumentou bastante a procura por profissionais da saúde em todo o Estado". Lavino contou que a Prefeitura oferece salário de R$ 15 mil para 40 horas semanais de trabalho e mesmo assim não aparecem médicos dispostos a trabalhar para o município. Além disso, ele revela que a demanda na unidade central está grande, por isso não tem como deslocar médicos para os bairros. "A situação está bastante complicada, pedimos a compreensão da comunidade neste momento", finaliza.