Biometria passa a ser obrigatória para novos pedidos de benefício do INSS
Mudanças no INSS tornam a biometria obrigatória para novos pedidos, ampliando a segurança e prevenindo fraudes na concessão de benefícios.
A partir de hoje, 21/11/2025, uma nova regra do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) começa a valer em todo o país: a exigência de biometria como etapa obrigatória para novos beneficiários da Previdência Social. A medida integra a estratégia do governo federal para aumentar a segurança do sistema, combater fraudes e proteger os dados dos cidadãos brasileiros.
O que muda para quem está solicitando um benefício do INSS
Segundo o Ministério da Previdência Social, qualquer pessoa que fizer um novo pedido de benefício — como aposentadoria, pensão ou auxílio-doença — deverá apresentar biometria registrada em um dos documentos oficiais aceitos: Carteira de Identidade Nacional, Carteira Nacional de Habilitação (CNH) ou Título de Eleitor. A autenticação biométrica permitirá comprovar que o solicitante é, de fato, quem afirma ser, reduzindo consideravelmente o risco de fraudes envolvendo identidades falsas ou documentos adulterados.
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A obrigatoriedade vale somente para novos pedidos. Quem já é beneficiário não precisa, neste momento, se preocupar: para esses casos, a atualização biométrica será implementada de forma gradual e todos serão comunicados individualmente, com antecedência, caso haja necessidade de atualização. Segundo o INSS, “ninguém terá o benefício suspenso de forma repentina ou sem chance de regularizar a biometria”.
Entenda o cronograma do novo processo biométrico
A exigência será implantada em etapas, acompanhando a expansão do uso do documento digital no Brasil:
- Fase inicial (a partir de hoje): Aceitas as biometrias da Carteira de Identidade Nacional, CNH e Título de Eleitor.
- A partir de 01/05/2026: Quem não tiver biometria em nenhum dos documentos aceitos precisará emitir a nova Carteira de Identidade Nacional para dar andamento ao pedido.
- A partir de 01/01/2028: Apenas a Carteira Nacional de Identidade será aceita como documento com biometria para novos pedidos e também para manutenção (provas de vida, revisões) nos benefícios.
Dessa maneira, o governo espera padronizar e centralizar o controle biométrico, ampliando a segurança tanto para o sistema quanto para o cidadão.
O que motivou a decisão: fraudes em alta e avanço digital
Dentro da Previdência Social, existe preocupação crescente com tentativas de fraude e desvio de recursos públicos por meio de cadastros irregulares. Segundo dados da própria autarquia, só entre janeiro e setembro de 2025, ações de fiscalização identificaram mais de 30 mil tentativas de fraude no sistema previdenciário.
A biometria já é amplamente usada em bancos, eleições e outros serviços públicos. Ao adotar essa tecnologia, o INSS busca garantir que os valores pagos — que somam bilhões de reais por ano — cheguem apenas a quem realmente tem direito.
E quem mora em regiões isoladas ou tem dificuldades tecnológicas?
O INSS informou que prevê um período de adaptação para quem tem acesso restrito à tecnologia ou encontra obstáculos logísticos. Em casos excepcionais, como pessoas acamadas ou em áreas remotas, haverá estratégias específicas de atendimento, inclusive atendimento domiciliar ou mutirões para coleta biométrica, a serem divulgados em cada região.
É importante ressaltar que o governo promete comunicação clara e prévia em caso de necessidade de atualização para não prejudicar beneficiários inocentes.
Como fazer sua biometria e evitar dores de cabeça
- Verifique se já possui biometria em algum documento atual (identidade, CNH ou título de eleitor).
- Se não tiver, providencie a emissão da nova Carteira de Identidade Nacional o quanto antes, especialmente se pensa em pedir um benefício nos próximos anos.
- No caso de dúvidas ou situações especiais, procure uma agência do INSS ou acesse o portal Meu INSS para orientações detalhadas.
Para ficar atento
Esta nova política faz parte de um movimento de digitalização e segurança nos serviços públicos. Em um futuro próximo, a autenticação biométrica pode ser usada em diversos outros programas sociais, acompanhamento de prova de vida e revisões cadastrais.
Ao mesmo tempo, o governo garante que dados biométricos estarão protegidos sob regras rígidas de sigilo e acesso, conforme previsto na Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD).