Ministério da Saúde investe R$ 4,5 bilhões no primeiro hospital inteligente pelo SUS

Objetivo é reduzir a espera na emergência e modernizar atendimento na saúde pública

Por Narciso Barone

Saúde vai investir R$ 4,5 bilhões em rede de hospitais e serviços inteligentes do SUS

O Ministério da Saúde anunciou um investimento de R$ 4,5 bilhões para modernizar a rede pública hospitalar, criando hospitais e serviços inteligentes que prometem transformar o atendimento no Sistema Único de Saúde (SUS). O destaque é o Instituto Tecnológico de Emergência do Hospital das Clínicas da Universidade de São Paulo (USP), que será o primeiro hospital inteligente do Brasil, com previsão de funcionamento a partir de 2029.

Primeiro hospital inteligente do SUS promete agilidade e eficiência

Localizado em São Paulo, o novo hospital terá investimentos de R$ 1,7 bilhão viabilizados em parceria com o Banco do BRICS, que está na fase final de avaliação para a liberação dos recursos. A inovação central será o uso de inteligência artificial e big data para otimizar processos, reduzindo em até 25% o tempo médio de espera na emergência — de 120 minutos para 90 minutos.

Esse avanço tecnológico visa a tornar o atendimento mais rápido e integrado, com agilidade na tomada de decisões, o que pode diminuir também o tempo médio de internação em UTIs e enfermarias. Com a digitalização completa, o hospital terá ainda custo operacional reduzido em até 10%, apoiado por sistemas inteligentes de gestão e monitoramento contínuo.

Rede nacional integra hospitais e UTI inteligentes

O Instituto Tecnológico de Emergência faz parte da Rede Nacional de Hospitais e Serviços Inteligentes do SUS, que prevê, além do hospital em São Paulo, a instalação de 14 UTIs inteligentes em hospitais de 13 estados do país. Essas unidades funcionarão com serviços totalmente digitais, monitoramento integrado de equipamentos e sistemas, e suporte de inteligência artificial para previsão de agravamentos e apoio a decisões clínicas.

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Cidades como Manaus, Fortaleza, Recife, Rio de Janeiro, Curitiba e Brasília receberão as UTIs, todas conectadas a uma central de pesquisa e inovação. O Ministério da Saúde reforça que esse avanço tecnológico irá qualificar a assistência especializada, além de abrir espaço para ensino e pesquisa de alta qualidade em saúde pública.

Parceria entre órgãos públicos e universidades reforça o projeto

O hospital inteligente será gerido pelo Hospital das Clínicas da USP, com custeio compartilhado entre o Ministério da Saúde e a Secretaria de Saúde de São Paulo, que também cedeu o terreno para a construção. Segundo a Diretora da Faculdade de Medicina da USP, Eloísa Bonfá, a iniciativa representa um marco para a inovação e ampliação da assistência no SUS.

A idealizadora do projeto, a professora Ludhmila Hajjar, destaca que o Instituto vai trazer uma rede de saúde digitalizada, conectada e de alta performance, além de ser um polo de ensino e capacitação de profissionais para fortalecer a qualidade do atendimento no País.

Tecnologia

O hospital terá capacidade para atender anualmente 180 mil pacientes em emergências e UTIs, 10 mil em neurologia e neurocirurgia, e 60 mil consultas ambulatoriais, seguindo padrões internacionais de sustentabilidade. A infraestrutura contará com certificações verdes e sistemas de controle rigoroso de consumo de energia, água e gestão de resíduos, agregando valor ambiental à inovação tecnológica.

Investimento

O total de R$ 4,5 bilhões inclui R$ 2,8 bilhões dedicados à implantação dos serviços automatizados e UTIs inteligentes em todo o Brasil, parte do programa “Agora Tem Especialistas”. O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, reforça que o projeto representa uma oportunidade histórica de transformar o SUS em um sistema mais humano, eficiente e tecnologicamente avançado, ampliando o acesso à medicina de alta precisão para a população.

A expectativa é que a integração da inteligência artificial nos processos hospitalares reduza não apenas os tempos de atendimento e internação, mas também os custos, resultando em um SUS mais moderno e capaz de responder com agilidade aos desafios da saúde pública no Brasil.