Santa Catarina registra aumento nos casos de coqueluche e reforça importância da vacinação
Doença altamente contagiosa volta a preocupar autoridades de saúde; bebês são os mais vulneráveis
A Secretaria de Estado da Saúde (SES) de Santa Catarina emitiu um novo alerta à população diante do crescimento no número de casos de coqueluche, também conhecida como “tosse comprida”. A doença é causada pela bactéria Bordetella pertussis e é altamente contagiosa, especialmente perigosa para crianças pequenas, em especial os bebês com menos de seis meses, que ainda não completaram o esquema vacinal.
Com sintomas característicos como crises intensas e prolongadas de tosse, que podem ser acompanhadas de vômito, a coqueluche pode evoluir para quadros graves, como pneumonia, convulsões e, em casos mais severos, levar à morte. A transmissão ocorre facilmente pelo ar, por meio de gotículas expelidas ao tossir ou espirrar, sendo mais comum em ambientes fechados e com aglomerações. A infecção atinge o trato respiratório inferior, provocando inflamação na traqueia e nos brônquios.
A principal forma de prevenção continua sendo a vacinação. A imunização com a vacina pentavalente, que protege contra cinco doenças — difteria, tétano, coqueluche, hepatite B e Haemophilus influenzae tipo B — é oferecida gratuitamente pelo SUS e recomendada para crianças a partir de dois meses de idade. Gestantes também devem ser vacinadas com a dTpa, garantindo a transferência de anticorpos ao bebê e protegendo-o nos primeiros meses de vida.
“Vacinar é a forma mais eficaz de evitar a doença e suas complicações. A proteção começa ainda na gravidez e se completa com as doses previstas no calendário vacinal infantil”, reforça João Augusto Fuck, diretor da Diretoria de Vigilância Epidemiológica (DIVE).
Além da imunização, autoridades recomendam cuidados básicos como a higienização frequente das mãos, uso de máscaras em locais fechados e o isolamento de casos suspeitos como medidas eficazes para conter a disseminação da doença. A procura rápida por atendimento médico ao surgirem sintomas também é fundamental para o diagnóstico precoce e o início do tratamento.
Depois de uma queda expressiva nos casos entre 2019 e 2022, Santa Catarina voltou a registrar aumento da doença. Em 2023, foram apenas dois casos confirmados e nenhuma morte. No entanto, em 2024, o número saltou para 368 casos com três óbitos. Já em 2025, até o momento, são 97 casos confirmados e duas mortes, sendo a maioria das vítimas crianças com menos de um ano de idade.
Diante desse cenário, a SES reforça a importância da vacinação em dia e da vigilância constante para proteger os mais vulneráveis e evitar novos surtos da doença.