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Estudante de SC cria protetor para eletroeletrônicos
Equipamento serve como estabilizador de tensão, transformador, protege contra raios e ainda ajuda a economizar energia.
O servidor do Instituto Federal de Santa Catarina (IFSC) e aluno do curso de especialização em Desenvolvimento de Produtos Eletrônicos do Câmpus Florianópolis, Farleir Luís Minozzo, desenvolveu um projeto inovador durante seu intercâmbio de seis meses na Universidade de Ciências Aplicadas de Neubrandenburg, na Alemanha. Ele criou um protetor para produtos eletroeletrônicos com funções de economia de energia elétrica, voltado ao mercado brasileiro.
De acordo com o pesquisador, já existem produtos semelhantes na Europa, mas, aparentemente, não houve ainda interesse de fabricar algo voltado para o mercado brasileiro. “Não cheguei a pesquisar nas empresas, pois o foco inicial foram os consumidores, mas talvez a grande variação no sistema elétrico brasileiro, com variações de tensão de menos de 100 a 240 volts, seja um empecilho para empresas de fora”, especula Farleir.
O protetor para eletroeletrônicos é o resultado de uma pesquisa de mercado realizada por Farleir em 2012. Segundo ele, os estabilizadores de energia elétrica são muito utilizados no Brasil para proteção, por isso ele teve a ideia de criar um produto similar, com mais funções, economicamente viável e eficiente.
As respostas dos entrevistados apontaram para três características, que foram incorporadas ao projeto: proteção contra variações de tensão e descargas elétricas (raios), economia de energia e a funcionalidade de um transformador. Com o novo equipamento, por exemplo, é possível ligar uma televisão e seus periféricos (videogame, DVD, entre outros) no aparelho. Ele detecta quando a TV está em stand by (modo de espera) e desliga os demais aparelhos automaticamente, gerando assim uma economia de energia elétrica.
Segundo o engenheiro Gustavo Klinguelfus da Companhia Paranaense de Energia (Copel), o stand by dos aparelhos eletroeletrônicos e eletrodomésticos pode vir a consumir entre 10% e 20% a mais na conta de luz.
Pesquisa no Exterior
Farleir foi selecionado para participar do Programa de Cooperação Internacional para Intercâmbio de Estudantes do IFSC – Propicie. Ele conta que, geralmente, os alunos brasileiros associam-se a projetos em desenvolvimento nas universidades para as quais são encaminhados. Porém, no caso dele, quando chegou a Neubrandenburg, o projeto do qual deveria participar já havia iniciado. Então, os professores se interessaram pelo projeto que ele já vinha desenvolvendo na pós-graduação no Brasil.
Com o projeto aceito, Farleir pôde contar com o apoio de dois engenheiros, um de software e outro de hardware, no desenvolvimento de seu circuito eletrônico. Ao mesmo tempo, recebia orientações de seu professor no Brasil, Clóvis Petry, que o auxiliou a incluir as características brasileiras no projeto. “Conseguimos colocar as especificações técnicas e a realidade brasileira no projeto, além de reunir tecnologias do Brasil e da Europa no produto”, conta.
A intenção é conseguir aprimorar o produto e produzi-lo em escala comercial na empresa da família, a Novo Transformadores. Para isso pretende se candidatar ao edital do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico – CNPq para desenvolvimento de produtos. Atualmente, o principal obstáculo para a produção é o preço final ao consumidor. “Hoje, com a placa utilizada para o protótipo, sairia mais de R$ 100, um preço muito fora dos padrões para um estabilizador. Queremos fazer com que esse valor caia para R$ 50”, explica Farleir. “E também estou pensando em como o produto pode desligar inclusive o aparelho 'master', economizando ainda mais energia”.