Black Friday ou Black Fraude?
Secretaria Nacional do Consumidor, lançou um guia com orientações na semana de super descontos
Com a Black Friday chegando, propagandas enganosas que prometem grandes descontos em produtos ganham destaque, e é comum que o consumidor acabe caindo em golpes. Para ajudar os clientes a realizar as compras com segurança, a Senacon, Secretaria Nacional do Consumidor, lançou um guia com orientações importantes (acesse no final dessa reportagem).
Desconfie de valores muito baixos
A publicação alerta que os consumidores devem desconfiar de valores muito abaixo da média, além de ficar atentos a sites que aceitam apenas PIX ou boleto. Igor Marchetti, advogado do Idec, Instituto de Defesa de Consumidores, explica que links de canais de mensagens deixam os clientes mais vulneráveis e, por isso, é importante evitar essa ferramenta de compra:
“Nesse momento de Black Friday, todo cuidado é pouco. Os consumidores estão muito vulneráveis. Algumas dicas que a gente pode já dar é evitar links, por exemplo, de canais de mensagem. A gente sabe que vendedores utilizam essa ferramenta como uma forma de trabalho. No entanto, é um método que vulnerabiliza ainda mais o consumidor, porque, muitas vezes, aquele vendedor acabou perdendo a sua conta e é o golpista que está utilizando ou até golpistas se passando por vendedores das lojas.”
Cuidado com o truque "metade do dobro"
Simone Carime Makki, advogada especialista em Direito do Consumidor e colunista do Jornal Metas faz alertas importantes ao consumidor. E o primeiro deles é verificar a metade do dobro. Isso significa, explica Simone, que o consumidor precisa comparar preços e até acompanhar o histórico do produto. “Muitos fornecedores antes da Black Friday, elevam os preços dos produtos para o dobro do valor, para depois anunciar na Black Friday uma oferta pela metade do preço. Isso chama-se metade do dobro ou maquiagem de preço.”
Verifique se o site de compra é seguro
Outra dica importante da especialista, é o consumidor verificar se o site é seguro, no caso das compras online. “Precisa ter “https” e aquele cadeadinho ao lado”. Simone reforça ainda para a importância de conferir se a loja tem CNPJ, endereço ou canais de atendimentos visíveis e verificar no Portal Reclame Aqui, se tem muita reclamação. Além de ficar de olho nos “custos surpresas”, pois o desconto pode parecer atrativo, mas depois aparecem acréscimos no preço final, como por exemplo no frete, prazo de entrega e condições de pagamento.
A advogada chama atenção que em algumas lojas online os produtos somente podem ser comprados a prazo e sem juros com determinados cartões de crédito, na maioria das vezes da própria loja. No caso de compras em lojas físicas, o consumidor precisa ficar atento às regras de troca, que são um pouco diferentes em relação à venda por e-commerce.
A lei da troca do produto é diferente para lojas online e física
Simone explica que as lojas físicas somente são obrigadas a trocar o produto quando este apresentar defeito, o que não acontece na loja online, onde o consumidor tem um prazo de sete dias para se arrepender, devolver a mercadoria e receber o reembolso do valor.
“Quando o consumidor comprar um produto na loja física, principalmente se for para presente, é importante perguntar se o estabelecimento tem troca no caso da pessoa não gostar do produto”. Simone esclarece que o consumidor tem até 30 dias para fazer a reclamação na loja física se o produto apresentar defeito.
Atenção para o senso de urgência
O consumidor também precisa ter cuidado com o senso de urgência. “É uma tática muito comum para pressionar nas decisões impulsivas. Então sempre avalie com calma. O prazo curto da oferta não pode tirar o seu tempo de análise. Isso é muito importante. Desconfie de descontos incríveis, desconto demais, promoções muito agressivas podem esconder riscos”, orienta Simone.
Compare os preços nos concorrentes
O ideal, segundo ela, é sempre conferir os preços nos concorrentes. “Leia também as letrinhas miudinhas, que estão nas embalagens dos produtos, pois uma informação importante pode estar escondida ali”.
Para Simone, existem fornecedores sérios e realmente ofertas muito boas na Black Friday, mas a maioria sobe e depois baixa preço. “O consumidor, com a ilusão e a pressa, acaba fechando compras ruins. Por isso é importante comparar preços. Por fim, é fundamental salvar prints de e-mails e anúncios, que são provas caso a empresa mude as condições ou negue a oferta. “Eles ajudam o consumidor a formalizar a queixa junto aos órgãos competentes e até mesmo numa eventual ação judicial”, finaliza Simone.