Preço da cesta básica cai em 24 capitais do país em agosto, aponta Dieese

Tomate, arroz e feijão puxaram a queda, mas São Paulo segue com a cesta mais cara do Brasil; Dieese estima salário mínimo necessário em R$ 7,1 mil

Por Daniel Nogueira

Tomate, carne, arroz e café ficaram mais baratos

O custo da cesta básica apresentou redução em 24 capitais brasileiras no mês de agosto, em comparação a julho, conforme dados divulgados nesta sexta-feira (5) pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) em parceria com a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). Desde julho de 2025, o levantamento passou a abranger todas as 27 capitais do país, ampliando o monitoramento que anteriormente era feito em 17 cidades.

As quedas mais expressivas foram registradas em Maceió (-4,1%), Recife (-4%), João Pessoa (-4%), Natal (-3,7%), Vitória (-3,1%) e São Luís (-3,6%). Por outro lado, três capitais apresentaram alta: Macapá (0,9%), Palmas (0,6%) e Rio Branco (0,02%).

São Paulo segue com o maior custo da cesta básica, chegando a R$ 850,84, seguida por Florianópolis (R$ 823,11), Porto Alegre (R$ 811,14) e Rio de Janeiro (R$ 801,34). Já os menores valores foram observados em capitais do Norte e Nordeste, como Aracaju (R$ 558,16), Maceió (R$ 596,23), Salvador (R$ 616,23) e Natal (R$ 622).

Na comparação anual, todas as 17 capitais que já eram acompanhadas anteriormente registraram alta entre agosto de 2024 e agosto de 2025, com variações que vão de 3,3% em Belém a 18% em Recife. No acumulado de 2025, 13 dessas cidades tiveram aumento nos preços, enquanto quatro registraram queda.

Entre os produtos, o tomate apresentou forte recuo em 25 capitais, com destaque para Brasília (-26,8%). O arroz também ficou mais barato em 25 cidades, e o feijão preto teve queda em todas as localidades onde é monitorado, enquanto o feijão carioca caiu na maioria das capitais. O café em pó apresentou retração em 24 cidades, e a carne bovina de primeira ficou mais barata em 18 capitais, mesmo com o aumento das exportações e a redução da oferta de abate.

Com base no custo da cesta mais cara, em São Paulo, o Dieese calculou que o salário mínimo necessário para atender às despesas de uma família de quatro pessoas deveria ter sido de R$ 7.147,91 em agosto, valor 4,71 vezes superior ao mínimo atual de R$ 1.518.