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Poço Grande na rota de crescimento de Gaspar
Região da cidade se oferece como opção livre de tragédias
As chuvas frequentes assustam a população de Gaspa. Bairros como Sertão Verde, Belchior, Bela Vista e Coloninha sofrem ou com as enxurradas, ou com seguidos deslizamentos de terra. São problemas climáticos que freiam o desenvolvimento destas regiões. Se é que se pode tirar algo de bom de uma tragédia, a de 2008 deu um novo norte para o crescimento urbano. E tudo indica que a saída é a direção leste, que tem no caminho os bairros Poço Grande, Pocinho e Macuco.
Hoje, essa região é considerada a mais promissora para novos empreendimentos. As razões são, inicialmente, climáticas. O Poço Grande não foi afetado pela tragédia de 2008. Não há problemas como enxurradas e os poucos morros no bairro possuem características que reduzem drasticamente as chances de deslizamentos de terra, apesar do Rio Itajaí-Açu cortar ao meio Poço Grande, sempre com o risco de transbordamento. Seguro na questão climática, o Poço Grande e o Pocinho possuem também, a vantagem da localização geográfica. A região é a entrada da cidade para quem vem do Litoral e o acesso à BR-470 será facilitado quando a segunda ponte de Gaspar for construída. O traçado, assim como todo o projeto, está pronto e só aguarda a liberação de recursos em Brasília para o início dos trabalhos. A ponte será construída exatamente na entrada do Poço Grande.
O baixo índice habitacional também favorece para projetos de urbanização e até a criminalidade é menor naquela região em relação a outras da cidade. Os bairros possuem características rurais, permitindo que se faça um planejamento sustentável, para que o crescimento não seja desordenado. No entanto, o Poço Grande e o Pocinho são ainda bairros do futuro, pois o presente carece de infraestrutura. Hoje, a região é cortada pela Rodovia Jorge Lacerda (SC-470), que mais parece uma avenida e não estrada em determinados trechos. A maioria das ruas transversais, no entanto, não é pavimentada, não há rede de esgoto e existe uma carência de vários serviços básicos.
“O Poço Grande cresceu graças ao turismo no Médio Vale do Itajaí. As pessoas vinham de carro do Litoral para Blumenau e paravam aqui. Hoje, com o fraco turismo na região, poucos vêm para cá. Nos anos 1990, tínhamos várias lojas à beira da rodovia que estão fechadas”, conta Márcio Spengler, proprietário da lanchonete Parada 10. Novas empresas, no entanto, estão se instalando nos bairros e não são pequenos comércios artesanais. A Cadore Malhas, de Brusque, tem uma filial no Poço Grande, já prevendo uma maior facilidade de ligação com o Litoral. Alguns comércios também estão reformando suas fachadas. “Se o Município oferecer incentivos, uma linha de crédito para empresas construírem no bairro, puxando o desenvolvimento, tenho a certeza que o Poço Grande crescerá rapidamente”, afirma Gilmar Luiz Fachini, gerente de atendimento da Cooperativa Viacredi, que possui um posto de atendimento na região (leia box).
Crescimento precisa ser melhor planejado
As lanchonetes especializadas em caldo de cana e pastéis na Rodovia Jorge Lacerda (SC-470) são famosas em todo o Médio Vale do Itajaí. Para esses comerciantes, o crescimento dos bairros Poço Grande e Pocinho é interessante, desde que seja feito de maneira organizada.
“Se for um crescimento planejado, com loteamento regulares, investimento em esgoto e serviços básicos à população, todo mundo sairá ganhando. O que não podemos aceitar é o surgimento de favelas e barracos”, afirma Fábio Schmitt, proprietário da Point Bakana. Schmitt, que sempre morou no bairro, lembra que o Poço Grande cresceu por causa do movimento na rodovia e que hoje, o comércio sobrevive com o trânsito do Médio Vale ao Litoral. “São 50% blumenauenses os nossos clientes”, observa
Para ele, o Poço Grande é um bairro livre de enxurradas justamente porque é pouco habitado. “São poucas casas, pouco asfalto, aterros e com isso, há por onde a água escoar. Se o bairro crescer desordenadamente, essas vantagens irão acabar”, alerta.
“A Jorge Lacerda precisa ser reurbanizada”
Tornar a Rodovia Jorge Lacerda (SC-470) um corredor agradável para o turista que visita a região, tornando-se um ponto de compras e centro do Poço Grande. Essa é a idéia do empresário Antônio Schmitt, o Pepê, que possui uma loja de móveis há 22 anos. Para ele, o atual estado de conservação das marginais da rodovia estraga e a beleza do bairro. “Eu gosto de usar Ilhota como exemplo. O que tem de feio quando você chega na cidade? O acostamento da JorgeLacerda! Acontece o mesmo aqui. As lojas estão reformado suas fachadas, isso atrai o turista, o motorista que trafega na via. Mas a SC precisa ser totalmente reurbanizada, com rótulas de retorno, fiscalização intensa no trânsito, para ser uma grande avenida”, explica. Para o empresário, o tráfego pesado de caminhões deve ser mandado para a BR-470 e os veículos pequenos é que devem andar pela margem direita do Rio Itajaí-Açu. “O Poço Grande precisa de um grande planejamento urbano, que esteja de acordo com os interesses da comunidade local, que é muito unida. Foram os moradores que impediram a construção de um condomínio gigante no bairro. Para agir, precisa conversar com eles”, comenta Schmitt. O empresário entende também, que a segunda ponte sobre Itajaí-Açu é fundamental para o desenvolvimento da região. “Não dá mais para pensar em Gaspar no futuro sem ela, R$ 40 milhões é muito para nós, mas é pouco para o Governo Federal. Temos
Serviços Bancários
Os moradores do Poço Grande que precisarem de serviços financeiros têm à disposição no bairro até uma agência do Bradesco, dentro da Bunge e um posto de atendimento da Viacredi. A cooperativa de crédito está no bairro desde 1984, quando atendia a Ceval e aposta no crescimento da região. Segundo Gilmar Luiz Fachini, gerente de atendimento da Viacredi, a cooperativa atende à população em geral do bairro desde 2000, quando deixou as dependências da Ceval. Desde então, o crescimento do posto de atendimento é de 30% ao ano. “Livre de enchente, enxurradas, deslizamentos e na saída da cidade, próximo do Porto de Itajaí e da BR-470. Quer lugar melhor para uma empresa se instalar? Vamos continuar investindo no Poço Grande e entendemos que a cidade deve fazer o mesmo”, comenta Fachini.