Segunda edição

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Na segunda edição da coluna Autismo em Pauta, convidamos um dos maiores conhecedores do tema, em nossa região, para responder algumas dúvidas envolvendo o universo do TEA - Transtorno do Espectro Autista.

O Dr. Christian Muller - CRM/SC 28721 - RQE 18823 é médico, neuropediatra, com especialização em Pediatria e titulação/área de atuação em Neuropediatria, ambos concedidos pela Associação Médica Brasileira e pela Sociedade Brasileira de Pediatria. Ele, também, é membro titular da Sociedade Brasileira de Neurologia Infantil e Ex-presidente da Sociedade de Pediatria do Distrito Federal.

Segundo o Dr. Christian, na suspeita do Transtorno do Espectro Autista, os pais e/ou responsáveis devem procurar médico ou fonoaudiologia, nos casos de atraso de fala, por exemplo. Ele destaca que "Não se "espera" a criança começar a falar. Apesar de existirem variações individuais no desenvolvimento, isso tem limites pré-estabelecidos, e não podemos utilizar a frase "cada um tem seu tempo", atrasando a inserção em estimulação.

Vencida esta etapa, o Dr. Christian relata que o diagnóstico precoce é benéfico para o paciente, desde que ele tenha acesso às terapias adequadas; como ele explica: "esse benefício decorre muito das terapias que deveriam haver, sequencialmente mas, infelizmente, isto não ocorre universalmente. Ainda há uma dificuldade muito grande para os pais conseguirem inserção em adequadas terapias. Quando citamos adequadas terapias, incluímos a multidisciplinaridade (ex. psicologia, fonoaudiologia, terapia ocupacional, etc.), em frequência e tempo adequados".

Uma informação importante é o aumento no número de diagnósticos que segundo Dr. Christian indicam um aumento na quantidade de AUTISTAS atualmente, conforme relata: "Não há projeções mais claras, mas o numeral já existente nos faz levantar hipóteses deste aumento".

Por fim, como sugestão para que os gestores públicos, sociedade e familiares de AUTISTAS tenham pleno acesso às políticas públicas previstas na lei 12.764/2012, o Dr. Christian cita dois exemplos a serem seguidos pelos gestores da educação e da saúde: "as escolas, por exemplo, já tem de ter planos de ação para crianças com necessidades específicas. Na área da saúde e nesse caso, gestores públicos, precisam executar ativamente o que a lei descrita prevê, onde cito, por exemplo, o atendimento multiprofissional, ainda tão difícil na maioria dos municípios do país. O melhor modelo que parece haver, são centros específicos para atendimento de pacientes com Transtorno do Espectro Autista, onde também nesse local, se poderia capacitar/replicar conhecimento a profissionais - família - escola."

Agradecemos muito a participação e a colaboração do Dr. Christian Muller por ter compartilhado um pouco do seu conhecimento, trazendo informações relevantes e objetivas para que você leitor (a) possa tomar a melhor decisão, no que se refere ao universo do AUTISMO.

Até a próxima!