O mundo virtual pode alienar. Essa é uma ameaça real. E o impacto maior deste vírus é sobre a juventude, pois se diz que quanto mais plugada na tecnologia, mas ela se distancia dos debates em sociedade. Todavia, não podemos afirmar que os jovens são seres de outro planeta. Mesmo com a cara enfiada num celular, ele tem discernimento e opinião. Já inventaram que o jovem não gosta de política. Mas, afinal, quem gosta da política que está aí?

A juventude sempre foi participativa, inclusive sendo protagonista de movimentos importantes ao longo da história política brasileira. Quem não lembra dos cara-pintadas dos anos 1990? Jovens que foram às ruas protestar contra a corrupção no então Governo Fernando Collor de Melo, que acabou sofrendo um impeachment.

No cenário atual, há muito mais jovens interessados em participar da vida política da cidade, estado e país. Pesquisas mostram (leia reportagem na página 4) um recorde de jovens que pretendem votar nas eleições deste ano, embora dos 15 aos 17 anos não exista a obrigatoriedade. Nove em cada dez acreditam no poder de mudança através do voto.

Percebe-se, portanto, a formação de uma consciência política, um exercício pleno de cidadania, onde o jovem não deve buscar somente os seus direitos, mas também aprender quais são seus deveres dentro da sociedade. E um deles é participar das decisões por meio do voto. O jovem brasileiro nunca foi alienado. Ao contrário, continua ainda mais antenado.