Nenhum planejamento dá resultado se não tiver continuidade. Seis secretários de saúde em pouco mais de cinco anos é muito e atrapalha a gestão da saúde no município, uma área que requer muito cuidado e atenção dos nossos gestores. A despeito da evolução que tivemos nos últimos anos, principalmente no Hospital de Gaspar, com a modernização e a oferta de novos serviços, o trabalho e os recursos disponibilizados para a saúde, que não são poucos, poderiam gerar resultados ainda melhores se tivéssemos continuidade na gestão. A cada mudança de secretário, uma nova metodologia de trabalho, e isto não é bom. É verdade que existe uma equipe permanente que consegue dar conta do recado, mas imagine se uma grande empresa resolvesse todo o final do ano mudar o seu presidente. A gestão da companhia iria se transformar num caos e certamente não resistiria no mercado. A gestão pública deveria se espelhar na iniciativa privada, mas não o faz e fica à mercê de curiosos e do empreguismo. Existem questões, inclusive políticas, que impedem a permanência de bons gestores. Dentre os seis secretários de saúde dos últimos cincos anos, todos deram a sua contribuição, uns mais outros menos, fizeram ou seu melhor, mas poderiam ter contribuído mais se tivessem permanecido por mais tempo no cargo. Passamos por uma pandemia e por três secretários neste período. A tendência agora é a pandemia sair de cena. O município vai precisar retomar o atendimento à população, pois existem demandas reprimidas em praticamente todas as especialidades médicas. Talvez seja o momento de escolher um gestor - o atual é interino - que de fato entenda do métier.