A Justiça pediu ainda exame de sanidade mental, pois classificou como repugnante a conduta do suspeito

O juiz Eduardo Bonnassis Burg, da Vara Criminal da comarca de Campos Novos, converteu prisão em flagrante em preventiva e determinou exame de sanidade mental de um jovem de 19 anos, acusado do crime de maus-tratos contra pelo menos quatro cães. Em audiência de custódia na tarde desta terça-feira (29), o magistrado ordenou que o exame seja realizado pelos médicos do Hospital de Custódia e Tratamento Psiquiátrico do Estado e que o laudo deve ser entregue no prazo máximo de 45 dias.

A Polícia Civil já havia estado na casa do suspeito no começo deste mês, quando tomou conhecimento pelo grupo ANA, uma Ong que protege animais de rua, de um jovem que estaria recolhendo animais de rua. Havia suspeita de que ele os maltratava e matava.

A Polícia Civil efetuou diligências, mas nada que pudesse comprovar a suspeita, tendo o jovem relatado aos policiais que recolhia os animais abandonados a fim de utilizá-los para caçar e que, após a caçada, soltava-os. Na oportunidade, nenhum cão foi encontrado no local.

Em nova denúncia, desta vez feita por um familiar do jovem, a polícia foi informada de que havia no quarto do suspeito um recipiente contendo um órgão que parecia ser o coração de um animal morto. O familiar disse ainda que o jovem estaria dentro de um banheiro da sua casa com um cachorro amarrado em uma corda e que também estaria com uma faca e com um saco de lixo. A polícia foi até o local,ele conseguiu escapar, sendo localizado próximo a um galpão crioulo. O jovem estava com seu cão de estimação e uma corda, também com marcas de sangue. O suspeito confessou que havia matado um cachorro com uma pedra e mostrou o local. Os policiais encontraram o animal ainda vivo, embaixo de galhos, matos e da pedra. O cão foi encaminhado a um hospital veterinário.

O jovem, que sofre de esquizofrenia, teria dito que matou um dos animais para comer. Segundo a justificativa, a intenção era saber como os chineses comem carne de cães. O rapaz ainda teria confessado que matou sete cachorros de rua, mas no local indicado a Ong encontrou a ossada de três.

Para o juiz, a conduta do jovem apresentada até o momento é cruel, covarde e repugnante. "Ademais, a prisão preventiva se revela imprescindível para a garantia da ordem pública, considerando a periculosidade concreta do conduzido, tanto em razão da reiteração criminosa (teria matado ao menos sete cães) como também da crueldade por meio da qual estas condutas foram praticadas", anotou o magistrado em sua decisão.