Caminhoneiro foi condenado a 14 anos de detenção por homicídio e tentativa de homicídio
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Jeferson Alves Soares, o motorista que provocou um dos acidentes mais violentos dos últimos anos em Santa Catarina, foi condenado a 14 anos de prisão em regime fechado, um ano de detenção em regime aberto, dois meses de suspensão da habilitação e 10 dias multas, fixadas em um trigésimo do salário mínimo vigente. O motorista foi condenado por homicídio simples e tentativa de homicídio qualificado.
Em 6 de março de 2021, Jeferson dirigia um caminhão sob efeito de uma mistura de substâncias entorpecentes conhecida como "arrebite". A droga serve como estimulante para manter os motoristas acordados enquanto dirigem por vários horas. Jeferson, porém, utilizou ainda cocaína. Ao passar pela BR 101, no município de Penha, sentido Rio Grande do Sul, ele atropelou um casal que trafegava pela via em uma moto. Sandra Aparecida Pereira, que estava na carona, sofreu politraumatismo e acabou falecendo no dia seguinte, no Hospital Maternidade Marieta Konder Bornhausen. O condutor da moto, seu marido, Anderson Antônio Pereira, se segurou na alça do retrovisor do caminhão, na tentativa de fazer com que o caminhoneiro parasse, buscando salvar sua vida. A cena se estendeu por mais de 30km e foi presenciada e filmada por outros motoristas que trafegavam na rodovia naquela tarde de sábado. As câmeras de segurança da Auto Pista Litoral Sul também flagraram a ocorrência. Jeferson ainda aplicou um soco em Anderson, que acabou se jogando na estrada e sobreviveu.
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Anderson e a esposa Sandra, que morreu no acidente / FOTO ARQUIVO PESSOAL
Na noite anterior ao acidente, o condenado publicou em rede social um vídeo visivelmente alterado pelo uso de drogas, ouvindo música em alto volume, cantando e, em alguns momentos, com as mãos soltas do volante do caminhão. Durante o inquérito policial, Jeferson admitiu o consumo constante de cocaína para se manter acordado ao dirigir.
A Promotora Cristina Balceiro da Motta, da 8ª Promotoria da Comarca de Itajaí, defendeu a tese de homicídio simples, com dolo eventual, no caso da morte de Sandra, pois, ao dirigir sob efeito de drogas, Jeferson assumiu o risco de matar. Quanto ao caso de Anderson, foi confirmado o dolo direto, havendo a tentativa de homicídio, qualificado como meio cruel, pois ao esmurrá-lo e tentar fazer com que caísse, dizendo frases como "Quer morrer" e "Vai morrer!", o caminhoneiro tinha a intenção de matar. Foram acolhidas, também, as acusações quanto ao fato de que o homem feriu o Código Brasileiro de Trânsito ao dirigir sob o uso de entorpecentes e por negar socorro às vítimas.
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