A data relembra um momento de união do povo de Gaspar para ter uma casa de saúde
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O hospital possui hoje cerca de 100 leitos e outros dez na UTI
Inaugurado em 1970, o Hospital Nossa Senhora do Perpétuo Socorro, ou simplesmente Hospital de Gaspar, completa 52 anos neste 18 de maio. Com mais de meio século de atividades, nada restou daquela pequena unidade hospitalar idealizada por Frei Godofredo Sieber com a finalidade de facilitar o atendimento à população, que até então precisava se deslocar até Blumenau para ter os serviços públicos hospitalares. No começo, eram apenas trinta leitos e cinco funcionários. No corpo clínico estavam os médicos Mauricio Monnerat (já falecido) e João Leopoldino Spengler. A maternidade somente abriu suas portas em agosto, ou seja, três meses depois. Desde o começo de 2010, o hospital funciona em uma nova edificação no alto do morro da Rua José Krauss, no bairro Sete de Setembro.
O Nossa Senhora do Perpétuo Socorro está associado ao desenvolvimento econômico, político e social da cidade. Embora seja uma instituição privada filantrópica, o hospital é hoje mantido basicamente com recursos públicos. Uma comissão interventora, instituída em 2014, é responsável por gerenciar as contas do hospital e aprovar investimentos.
Mas nem sempre foi assim. Desde os anos 1990, o hospital enfrenta dificuldades financeiras. Esteve próximo de fechar as portas por diversas vezes, o que acabou acontecendo em 2007. O fechamento obrigou a sociedade gasparense a repensar a sua casa hospitalar e se empenhar pela sua revitalização. Comunidade, instituições, associações, poder público e iniciativa privada se uniram para reabrir o hospital, o que ocorreu dois anos e nove meses depois (4 de janeiro de 2010). A promessa era ofertar um serviço de saúde muito mais moderno e vocacionado para especialidades médicas.
Mesmo assim, as dívidas - a maioria trabalhistas e com fornecedores - não permitiam que o hospital se sustentasse financeiramente. Na época da reabertura, a despesa mensal girava em torno de R$ 450 mil e a receita 50% abaixo deste valor. Foram vários anos em desequilíbrio financeiro, fechando o balanço no vermelho e apelando para eventos comunitários: rifas, doação pela conta de energia elétrica, feijoadas entre outras ações. As dificuldades financeiras inviabilizaram os investimentos necessários para aumentar a receita do hospital.
Nos últimos sete anos, essa realidade começou a mudar. O Nossa Senhora do Perpétuo Socorro passou a receber muito mais investimentos públicos, com a finalidade de torná-lo financeiramente sustentável. O município assumiu o ônus de reaparelhar o hospital, com investimentos a curto, médio e longo prazo. Um Centro de Diagnóstico por Imagem, laboratório de análises clínicas, tomógrafo, modernização do centro cirúrgico, reforma da maternidade e manutenção dos 10 leitos de UTI - criados durante a Covid-19 - estão entre as melhorias já realizadas ou que estão em andamento na casa hospitalar. A equipe de médicos e enfermeiros também foi ampliada, para que o hospital pudesse ofertar novos serviços e garantir um atendimento de qualidade 24 horas. O Pronto Socorro conta hoje com dois médicos clínicos gerais, um médico emergencista e dois médicos intensivistas.
É verdade que o caminho ainda é longo, vai exigir mais investimentos para se chegar ao objetivo de oferecer mais especialidades cirúrgicas, além da implantação do Plano Diretor com a meta de vocacionar o Hospital de Gaspar para uma especialidade médica. Para isso, a comissão interventora projeta a reforma do centro cirúrgico, adequação do Centro de Diagnóstico de Imagens, a construção do novo Pronto Atendimento e a instalação em local definitivo dos dez leitos de UTIs. Os investimentos podem chegar a R$ 10 milhões até 2024, além dos R$2 milhões que já são repassados mensalmente para auxiliar no custeio das despesas, que hoje giram em torno de R$3 milhões/mês. Atualmente, o hospital conta com 250 profissionais e possui 100 leitos ativos e outros dez de UTI.
A história
Em 1956, uma mobilização chegou a ser iniciada, liderada pelo tabelião Edmundo dos Santos, para a construção do hospital de Gaspar, porém, divergências políticas impediram a continuidade dos trabalhos. Foi somente em 1962, com a volta a Gaspar de Frei Godofredo Sieber, vigário da Paróquia São Pedro Apóstolo a Gaspar que iniciaram os trabalhos de construção do Hospital Nossa Senhora do Perpétuo Socorro. Aclamado por unanimidade como presidente da instituição, Frei Godofredo uniu as comunidades de Gaspar e Ilhota na luta e, com a formação de equipes de trabalho, organizadas em forma de mutirão. As verbas foram arrecadadas em rifas, festas populares e doações dos moradores. O hospital foi erguido sobre três terrenos. Um deles, de 4.600 m², doado pelo empresário Sr. José Krauss, e outro de 109.000m², comprado do Sr. José Schwartz. Um terceiro terreno pertencia à Prefeitura de Gaspar.
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